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A Saudação de Encerramento


A Saudação de Encerramento

V. 16 – Paulo encerra a epístola deixando os tessalonicenses saberem que seu desejo era que “paz” reinaria entre eles. Ao afirmar isso, podemos ver que ele temia que a ação disciplinar em relação aos intrometidos que ele impunha aos tessalonicenses pudesse levar a uma fratura na comunhão. Ele desejava que o Senhor estivesse “com” eles para resolver esse problema entre eles.
Vs. 17-18 – Paulo menciona assinar a epístola, que ele diz ser seu hábito em “todas as epístolas” que ele escreveu. Sua maneira normal de escrever era comunicar a mensagem a alguém que a escreveria e depois a assinaria, provando assim sua genuinidade. Ele menciona isso porque, aparentemente, houve uma carta de Paulo circulando entre eles que havia sido forjada com o seu nome nela (cap. 2:2). Ela não teria sua assinatura real e, portanto, não seria autêntica.
“A graça de nosso Senhor Jesus Cristo” foi ordenada a todos eles.

CONSELHO SOBRE AQUELES QUE ANDAM DESORNAMENTE Capítulo 3


CONSELHO SOBRE AQUELES QUE ANDAM DESORNAMENTE
Capítulo 3

No capítulo 2, Paulo corrigiu o erro escatológico (eventos do tempo do fim) que havia surgido entre os tessalonicenses. Agora, no capítulo 3, ele corrige os problemas práticos que surgiram desse ensino defeituoso. O fato de uma coisa levar a outra enfatiza o velho ditado: “A má doutrina leva à má prática”. Estejamos avisados: aquilo que doutrinariamente abraçamos e cremos, importa.
Neste capítulo, vemos que Satanás (“o maligno” – v. 3) estava trabalhando de maneiras diferentes para frustrar a obra de Deus. Isso não surpreende, pois ele sempre tenta se “opor” à obra do Senhor (Zc 3:1). Nos versículos 1-2, vemo-lo tentando impedir o evangelho de se pregado. Nos versículos 3-5, vemos que ele trabalha para impedir que os crentes se estabeleçam na fé e sigam as coisas que Paulo lhes ensinou. Nos versículos 6-16, vemos que ele faz com que alguns andem desordenadamente, e isto traz uma marca de desonra contra o testemunho Cristão. No capítulo 2, Paulo falou do “mistério da iniquidade [ilegalidade – JND]”, culminando no homem do pecado, que é uma coisa futura. No capítulo 3, ele fala disso em seu presente trabalho enquanto a Igreja ainda está na Terra – “já opera” (cap. 2:7).
Vs. 1-5 – Com as forças do mal contra o testemunho Cristão, Paulo pede as orações dos tessalonicenses a respeito da obra em que ele e seus cooperadores estavam empenhados em pregar o evangelho. Vemos a partir disso que não há vergonha para irmãos mais velhos e mais experientes que solicitam as orações de irmãos mais jovens. Alguns têm a ideia errônea de que o Senhor responderá mais prontamente à oração de um Cristão maduro do que um novo convertido – supondo que os Cristãos mais velhos tenham mais peso com Deus. A verdade é que Deus responde as orações de acordo com a disposição de Seu próprio coração, e se novos Cristãos orarem de acordo com a vontade de Deus, será respondido (1 Jo 5:14). O santo mais avançado deve ser grato pelas orações do mais jovem e humilde crente. O pedido de Paulo foi triplo:

  • Que a Palavra do Senhor teria “livre curso [fluísse]. Isto é, que a mensagem do evangelho não seria impedida de fluir.
  • Que a Palavra do Senhor seria “glorificada”. Isto é, que trabalharia triunfantemente nas almas para sua bênção, e Deus obteria a glória por isso.
  • Que os mensageiros portadores da Palavra seriam “livres” das conspirações de “homens perversos e maus” (AIBB) que não têm fé. (Da história relatada em Atos 17, os tessalonicenses bem sabiam dos perigos deste serviço, tendo visto a perseguição em primeira mão.)


Vs. 3-4 – Paulo estava confiante de que, apesar da oposição, “o Senhor é fiel” e Ele “confirmaria [estabeleceria – JND]” (ATB) os santos tessalonicenses e os guardaria dos desígnios do “maligno”. Ele acreditava que as coisas que tinha ensinado a eles dariam frutos ao serem praticadas.
V. 5 – Paulo desejava que o Senhor direcionasse seus corações no “amor de Deus, e na paciência de o Cristo” (JND). Essa é a postura correta do Cristão enquanto ele aguarda a vinda do Senhor (o Arrebatamento). Devemos ser encontrados desfrutando do amor de Deus enquanto esperamos pelo Senhor. A KJV diz: “na paciente espera por Cristo”, mas o versículo deve realmente ler “a paciência de o Cristo”. É verdade que devemos esperar que Cristo venha (Lc 12:36), mas o pensamento que Paulo está transmitindo aqui é que devemos ter o mesmo caráter de espera paciente que o próprio Cristo tem enquanto Ele está assentado nas alturas à direita de Deus. Devemos esperar com o mesmo tipo de paciência que Ele tem. Chegará o momento em que o Pai dará ao Senhor Jesus a palavra para vir e nos levar, e Ele Se levantará imediatamente e dará o “alarido” para nos levar à casa do Pai (Jo 14:2-3; 1 Ts 4:15-17).
O comentário de Paulo aqui é algo muito necessário para nós, porque podemos nos tornar impacientes enquanto esperamos a vinda do Senhor. Podemos ficar cansados do caminho e irritados sob o estresse da vida Cristã. Podemos nos tornar como o servo infiel que disse: “Meu senhor tarde virá” e “começar a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os bêbados” (Mt 24:48-49). Assim, entramos em conflito com nossos irmãos e nossos princípios de separação do mundo desmoronam.
V. 6 – As ideias errôneas a respeito da vinda do Senhor e do dia do Senhor já haviam dado fruto entre os tessalonicenses. Isso fez com que alguns andassem “desordenadamente”. Isso mostra que “as más conversações corrompem bons costumes” (1 Co 15:33). Como acreditavam que aquele dia havia chegado, pensaram que não haveria necessidade de continuar trabalhando em seus empregos regulares e, assim, pararam de trabalhar. Tendo feito isso, eles esperavam que os outros os apoiassem. Deixou-os com muito tempo livre em suas mãos e em sua ociosidade eles andavam “intrometendo-se na vida alheia” (AIBB) entre os santos.
Isto certamente não era como Paulo os havia “mandado [instruído – JND] que eles tinham recebido de Paulo. Na primeira epístola, ele lhes ensinara: “procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos””. Ele também explicou que, se não se mostrassem pessoas conscienciosas e diligentes, , prestaria um testemunho negativo “para com os que estão de fora” (1 Ts 4:11-12). Essa situação que havia se desenvolvido entre os santos tessalonicenses era, portanto, algo que precisava ser corrigido.
Paulo continua a dizer-lhes como isso deve ser feito. Todos esses intrometidos deveriam sentir o desagrado do Senhor para que se julgassem e corrigissem seus caminhos. Isso não deveria ser feito excomungando-os, como é o caso do homem imoral em 1 Coríntios 5. Esses “aproveitadores” não deveriam ser impedidos de participar da Ceia do Senhor, mas seriam retirados em assuntos de comunhão prática. J. N. Darby disse que eles deveriam ser tratados “friamente” e, assim, perceberam que estavam fora de sintonia com seus irmãos e com o ensinamento do apóstolo.
Vs. 7-10 – Paulo então aponta para o exemplo que ele e seus cooperadores lhes deram quando estavam em Tessalônica e os encorajou a “imitar” esse exemplo. Eles não “comeram de graça o pão de homem algum”. Eles trabalharam para se sustentar para que não fossem cobrados pelos tessalonicenses. Ele acrescenta: “Não porque não tivéssemos autoridade [direito – ATB], mas para se tornarem um exemplo para os tessalonicenses seguirem. Seu lema era: “se alguém não quiser trabalhar, não coma também”.
Vs. 11-12 – Agora, diante de tal claro ensinamento, Paulo diz: “Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes intrometendo-se na vida alheia [nos negócios alheios – ATB] (AIBB).
Paulo então dá uma palavra pessoal para todos esses: “A esses tais, porém mandamos [determinamos – ARA], e exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão”.
Vs. 14-15 – Tendo abordado os intrometidos, ele prossegue para falar à assembleia sobre sua conduta em relação aos intrometidos. Ele diz: “Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai [marcai – JND] o tal, e não vos mistureis [não mantenha companhia – JND] com ele, para que se envergonhe” Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão”. Isso deveria ser feito em nível individual; não era uma ação corporativa da assembleia.

Sua Oração


Sua Oração

Vs. 16-17 - Paulo então reitera o conteúdo de suas orações por eles. Essencialmente, foi assim: uma vez que Deus lhes havia dado amor, consolação, esperança e graça para iniciá-los no caminho Cristão, Paulo orou para que eles tivessem a força de Deus para seguir nesse caminho e se tornarem Cristãos estabelecidos. Isso envolveria não apenas conhecer a verdade e ser capaz de ensiná-la aos outros em “palavra”, mas também demonstrá-la em suas vidas em “obra”. A KJV, ARC e ARF traduzem “palavra e obra”, mas deve ser traduzida: “obra e palavra”. Isso mostra que as pessoas devem ver a evidência da verdade em nossas vidas antes de falarmos dela com nossas bocas. Podemos nos condenar aos olhos dos outros quando eles veem inconsistência em nossas vidas em conexão com a verdade que ensinamos.

Sua Exortação


Sua Exortação

V. 15 – Com base nas coisas mencionadas acima, a exortação de Paulo aos tessalonicenses era dupla: 
  • “Ficar firmes”.
  • “Reter”. 

Ficar firme parece estar mais conectado com a verdade doutrinária que eles aprenderam com relação aos fundamentos do Cristianismo. Eles deveriam ter cuidado para não abrir mão de nenhuma vírgula dela (Pv 23:23). O perigo sempre presente para o Cristão é desistir da verdade que Deus lhe deu. Os Filadelfos foram exortados: “Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3:11). Da mesma forma, Timóteo foi exortado: “Guarda, pelo Espírito Santo que habita em nós, o bom depósito confiado” (2 Tm 1:14 – JND). No entanto, é triste dizer mas isso foi exatamente o que aconteceu na história da Igreja. Somos, portanto, especialmente gratos pela recuperação da verdade no século XIX.
Reter tem mais a ver com continuar nas “instruções” (JND) práticas relativas à seus caminhos e maneiras. Essas instruções chegaram até eles por meio do ministério oral (“por palavra”) e de uma carta escrita pelo apóstolo (“nossa epístola” – uma referência à primeira epístola). Como não há apóstolos na Terra hoje para nos ensinar essas coisas pessoalmente, temos que obtê-las unicamente por meio das epístolas de Paulo que foram preservadas para nós pela misericórdia de Deus.
Os tessalonicenses em geral estavam indo bem; eles só precisavam continuar naquelas coisas, e não voltar atrás. A palavra “retroceder” não estava no vocabulário do apóstolo. Tornar atrás não era visto como uma opção e ele queria incutir essa mentalidade nos tessalonicenses.

Suas Ações de Graças


Suas Ações de Graças

Vs. 13-14 – Paulo se volta para agradecer a Deus porque os santos tessalonicenses não eram daqueles que rejeitaram o evangelho e, portanto, não seriam surpreendidos pelos enganos do anticristo e, consequentemente, pelos julgamentos do Dia do Senhor. . Ele diz: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade Para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo”. Ao dar graças a Deus por isso, é claro que Paulo desejava que eles pudessem ver sua salvação do lado da soberania de Deus. Na eternidade passada, Ele os havia “elegido” para “salvação”. Assim, era uma coisa certa e completa, no que diz respeito ao propósito de Deus, antes mesmo de Ele lançar os alicerces do mundo! Isto, diz Paulo, foi efetuado por meio de uma operação especial do Espírito Santo chamada “santificação do Espírito”. Isso tem a ver com o trabalho inicial do Espírito em uma pessoa de transmitir vida divina a ele, por meio da qual ela é posicionada a parte da massa da humanidade como sendo um dos filhos de Deus (1 Pe 1:2; Ef 2:5; Cl 2:13). O resultado desta ação soberana do Espírito será visto na pessoa na sua “fé da verdade” do evangelho, pela qual ela é salva. (A “santificação do Espírito” não se refere à obra progressiva do Espírito na vida dos crentes, pela qual eles aperfeiçoam a santidade em suas maneiras e caminhos.)
Mas isso não é tudo, pois Paulo continua falando da esperança do evangelho em que eles haviam crido, que é “a obtenção da glória de nosso Senhor Jesus Cristo”. Isso tem a ver com aspecto final de nossa salvação o qual ainda não temos, mas é tão seguro quanto à salvação de nossas almas. Refere-se ao nosso ser glorificado como Cristo está glorificado. Isso acontece quando Ele vem no Arrebatamento (Rm 5:9, 13:11; Fp 3:20-21; Hb 9:28; 1 Pe 1:5).
Vemos nisso que Deus havia “começado uma boa obra” nos tessalonicenses, e Ele a “completaria” naquele dia vindouro com sua glorificação (Fp 1:6). Assim, a possibilidade dos julgamentos do “dia do Senhor” os alcançarem nunca está em questão quando é vista pelo lado de Deus. Vendo isso da perspectiva de Deus, com certeza confortaria os tessalonicenses e lhes daria paz quanto aos juízos vindouros.

Três Coisas que Devem Acontecer Antes o Dia do Senhor


Três Coisas que Devem Acontecer Antes o Dia do Senhor

Vs. 3-12 – Tendo identificado as fontes das falsas noções referentes ao “dia do Senhor”, Paulo prossegue corrigindo os equívocos dos tessalonicenses. Ele mostra que esse dia não poderia estar “presente” porque certas coisas devem acontecer antes que aconteçam – e essas coisas claramente não aconteceram. Ele toca em três coisas em particular – mas não em sua ordem cronológica:
Em primeiro lugar, deve haver “a apostasia” da Cristandade. Isto se refere à falsa igreja (os professores sem fé que serão deixados para trás na Terra na época do Arrebatamento) abandonando a fé Cristã e voltando-se para adorar a besta e sua imagem – “a abominação da desolação” (Ap 13:11-18; Mt 24:15). Isso ocorrerá no meio da septuagésima semana de Daniel (Dn 9:27; 12:11). A apostasia já começou na profissão Cristã (1 Tm 4:1 – “apostatarão alguns da fé”), mas no dia vindouro, chegará ao seu ponto culminante na adoração generalizada da besta.
Em segundo lugar, “o homem do pecado”, “o filho da perdição” (o “anticristo” – 1 Jo 2:18) deve ser revelado. A maioria dos Cristãos pensa que esse homem é a “besta” romana que governará o Império Romano (Ap 13:1-8) – também conhecido como “a ponta [o chifre] pequeno” (Dn 7:8, 20-21, 24-25) e “o príncipe” (Dn 9:26-27). No entanto, estes são dois homens diferentes: a besta romana é um homem gentio, enquanto o anticristo é um judeu (Dn 11:37). O anticristo é a segunda “besta” em Apocalipse 13:11-21, que se levantará na terra de Israel e será recebido por eles como seu messias (Jo 5:43). Esta besta é dito ter “dois chifres” denotando seus dois ofícios: como o “rei” dos judeus (Is 8:21, 30:33, 57:9; Dn 11:36) e como o líder espiritual dos judeus “O falso profeta” (Ap 16:13, 19:20, 20:10). O anticristo será um representante direto de Satanás na Terra e será usado por Satanás para levar a apostasia ao extremo na adoração da besta. De fato, Ele imporá a adoração à besta e à sua imagem (Ap 13:15).
V. 4 – Paulo então nos diz que esse homem se deixará levar pela sua própria importância e não ficará satisfeito em ser o rei e o profeta dos judeus. Ele buscará a adoração de seus súditos, “apresentando-se como Deus”! (AIBB) Ele se sentará no “templo” em Jerusalém como um objeto de adoração. Isso mostra que haverá um templo literal em uso naquele tempo; a imagem da besta romana será colocada ali (Mt 24:15), e esse homem ímpio também se assentará ali. (Esse templo acabará sendo destruído pelos exércitos do rei do norte – Sl 74:3-7).
V. 5 – Paulo então pede aos tessalonicenses que “lembrassem” que ele lhes ensinara essas coisas quando estava com eles. Como ele estava lá apenas três sábados, eles definitivamente ainda eram bebês em Cristo naquela época, mas ele não considerava a profecia um assunto muito profundo para eles. Alguns têm a ideia de que os novos convertidos não devem se ocupar com assuntos proféticos, mas é claro que Paulo não se sentia assim.
Vs. 6-7 – Uma terceira coisa que ele menciona que ocorrerá antes do “dia do Senhor” é a remoção da restrição contra a “injustiça [ilegalidade – JND] – particularmente no reino da besta. Esta restrição está sendo exercida hoje na Terra por meio de dois detentores: 
  • Aquilo que o detém” (v. 6).
  • Aqu’Ele que agora o detém” (v. 7). 

Aquilo que o detém” refere-se ao princípio da lei e ordem no governo humano que Deus colocou na mão do homem para exercer após o dilúvio para conter o mal (Gn 9:5-6; Ec 5:8; Rm 13:1-7). J. N. Darby disse: “‘Aquilo que o detém”, portanto, é o poder de Deus agindo no governo aqui abaixo, conforme autorizado por Ele. O mais grosseiro abuso de poder ainda tem esse último caráter. Cristo poderia dizer a Pilatos: ‘Nenhum poder terias contra Mim, se de cima te não fosse dado’ Por mais perverso que fosse, seu poder é possuído como vindo de Deus” (Synopsis of the Books of the Bible, em 2 Tessalonicenses 2). O Sr. Darby também disse: “Aquilo que o detém” no grego significa uma coisa. O que é isso? Deus não nos disse o que é, e isto, sem dúvida, porque a coisa que restringiu então não é a mesma que restringe agora. Então, em certo sentido, era o Império Romano, como pensavam os pais, que viam no poder do Império Romano um obstáculo à revelação do homem do pecado, e assim oravam pela prosperidade daquele império. Atualmente, o obstáculo é a existência dos governos estabelecidos por Deus no mundo” (Collected Writings, vol. 27, págs. 302-303).
Aqu’Ele que agora o detém” refere-se ao Espírito Santo residente Na terra na Igreja agindo para conter o mal em várias esferas. O apóstolo Paulo diz que o Espírito Se empenhará nesta obra “até que do meio seja tirado [até que Se vá – JND]. Assim, está chegando o tempo em que o Espírito Santo não mais residirá na Terra. Como o Espírito habitará na Igreja “para sempre” (Jo 14:16), quando a Igreja for chamada para fora da Terra pelo Senhor no Arrebatamento, o Espírito também sairá da Terra naquele momento. E. Dennett disse: “O que Paulo ensina em 2 Tessalonicenses 2 é que a coisa que restringe a manifestação desse monstro de iniquidade no momento presente é a presença do Espírito Santo na Terra na Igreja” (Christ as the Morning Star and the Sun of Righteousness, pág. 46). A saída do Espírito da Terra não significa que Ele deixará de trabalhar na Terra. Ele continuará a trabalhar aqui, mas será do céu, como fez nos tempos do Velho Testamento.
Paulo disse que o “mistério da iniquidade [ilegalidade – JND] já opera”. É chamado de “mistério” porque tem a ver com o funcionamento secreto do espírito de desobediência no mundo, opondo-se à vontade de Deus em todas as coisas, divina. e secular, pela influência do diabo. Como um segredo desvendado, sabemos agora que há um fim na operação da iniquidade nos juízos do Senhor executados em Sua Aparição (v. 8). A detenção da iniquidade pelos governos das nações do Ocidente tem corroída desde os dias dos apóstolos. É por isso que Paulo disse que “já opera”. Como resultado, a iniquidade está aumentando, e continuará a fazê-lo até o dia vindouro em que a lei e a ordem se romperão completamente quando “ele” (o anticristo) for “revelado a seu tempo”.(ATB). Da mesma forma, o segundo Detentor (o Espírito Santo) não está restringindo o mal como Ele já uma vez fez, porque Ele está Se tornando cada vez mais entristecido com aqueles na casa de Deus onde Ele habita (2 Tm 3:13). Mas quando o Espírito Santo é “tirado do caminho” (KJV) no Arrebatamento, o mal irá inundar em um ritmo acelerado.
Há, na verdade, uma quarta coisa que acontecerá pouco antes do “dia do Senhor”, que Paulo não menciona. É o ataque dos assírios, o rei do norte (Dn 11:40-43). Quando seus exércitos entrarem e devastarem a terra de Israel, será um sinal de que o Dia do Senhor está “perto” – isto é, prestes a acontecer (Joel 1:15, 2:1). O Senhor aparecerá do céu em julgamento, cerca de 18 dias após o ataque. Isso é calculado a partir do fim dos 1.260 dias (Ap 11:3, 12:6), que é o período da Grande Tribulação, até os 1.278 dias, que é o fim dos últimos 3 anos e meio da septuagésima semana de Daniel – quando o Senhor aparece do céu (Dn 9:27).
Como nenhuma dessas coisas aconteceu, está claro que a Igreja naquele dia não poderia estar passando pelos julgamentos relacionados com “o dia do Senhor”.
Vs. 8-9 – Paulo se apressa em nos dizer que, embora “o iníquo [o sem lei – JND] (o anticristo) seja revelado naqueles dias depois que o Espírito de Deus for removido, seu domínio será curto. Ele durará apenas durante a segunda metade da semana profética (3 anos e meio), quando o Senhor o “desfará [consumirá – JND] pelo assopro da sua boca” e “o esplendor da Sua vinda”. Ele será lançado vivo no lago de fogo (inferno) junto com a besta romana (Ap 19:20; Is 30:33).
V. 9 nos diz que a energia de Satanás impulsionará este ímpio em sua obra de enganar as massas no Ocidente com seus “sinais e prodígios de mentira”. Ele será a personificação do mal satânico.
Vs. 10-12 – Uma classe especial de pecadores será levada por seus enganos – aqueles que “não receberam o amor da verdade para se salvarem”. Paulo já os identificou como “os que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (cap. 1:8). Essas pessoas conhecem o evangelho da graça de Deus, mas não fazem uso dele. Ser um povo iluminado os torna muito responsáveis, pois Deus responsabiliza os homens conforme o grau de luz que lhes foi dado (Lc 12:47-48). Com estas pessoas: “melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2 Pe 2:21).
Como uma retribuição divina por rejeitar “o amor da verdade” no evangelho, essas pessoas que “não creem” serão entregues para crer na “mentira” do anticristo. Isto é por terem se afastado da fé Cristã e adorar a besta e sua imagem, que é apostasia. Deus enviou o evangelho a essas pessoas, mas elas não o receberam. Então, em retribuição, “Deus lhes enviará a operação do erro” por meio do trabalho do anticristo, e eles aceitarão sua “mentira”. Apocalipse 9:1-11 fala da obra maligna do anticristo na terra de Israel, enganando a massa dos judeus não selados e fazendo com que eles abandonassem o judaísmo indo após o culto da besta. Aqui nesta passagem, sua obra maligna está em conexão com enganar a massa apóstata na Cristandade.

A Igreja Não Passará Pela Tribulação

A Igreja Não Passará Pela Tribulação

Esses falsos mestres afirmavam “que o dia do Senhor estava presente”(JND). (A KJV, ARC, ARF dizem “o dia de Cristo”, mas é uma tradução incorreta.). Os tessalonicenses não temiam que o Senhor tivesse vindo, mas que eles iriam passar por certos julgamentos do Senhor antes que Ele viesse. Aparentemente eles foram ensinados que havia certas coisas que tinham que acontecer antes do arrebatamento. A verdade é que, enquanto as Escrituras indicam que há certos eventos que acontecerão antes da Aparição de Cristo, não há sinais ou eventos que precisem ocorrer antes do Arrebatamento. O compositor de hinos colocou corretamente quando disse:

“Nenhum sinal a ser procurado; a Estrela está no céu.
(L.F. # 168)

A ideia de que a Igreja deve passar por um período de julgamento na Terra antes da vinda do Senhor (o Arrebatamento) é prevalecente na Cristandade hoje. Muitos ensinam que “o dia do Senhor” é o tempo imediato que segue ao Arrebatamento – ou seja, o período da Tribulação. No entanto, 1 Tessalonicenses 5:2 e 2 Pedro 3:10 afirmam claramente que ela começa quando o Senhor vem “como um Ladrão de noite”, que é a Sua Aparição. Essa confusão resultou, em grande parte, de não distinguir as duas fases da vinda do Senhor – o Arrebatamento e a Aparição. Por exemplo, se uma pessoa pensava que “a vinda do Filho do Homem” era o Arrebatamento (como muitos fazem), ele concluiria naturalmente, de Mateus 24:29-30 e Marcos 13:24-26, que o arrebatamento ocorre “depois da Tribulação”. Como resultado, muitos acreditam que a Igreja passará por esse tempo terrível. No entanto, a vinda do Filho do Homem é sempre a Aparição de Cristo (Mt 4:27, 30, 37, 39, 44, etc.).
Por Paulo mencionar “vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com Ele” (o Arrebatamento) antes de falar do “dia do Senhor” está claro que ele entendeu que a Igreja seria arrebatada para o céu antes daquele dia de julgamento.
oito passagens principais nas Escrituras que falam diretamente do período da Tribulação (Mt 24:3-29; Mc 13:4-24; Ap 3:10, 7:14-17; Dt 4:30-31; Jr 14:8, 30:4-7; Dn 12:1). Pensaríamos que se a Igreja passasse pela Tribulação, pelo menos uma dessas passagens falaria disso, mas não há uma referência à Igreja passando por esse tempo terrível! Este fato, por si só, deve ser suficiente para convencer qualquer espírito disposto de que a Igreja não estará no período da Tribulação nem passará por ele.
Por ter um esboço simples do livro de Apocalipse, aprendemos que a Igreja não estará na Terra quando os julgamentos da Tribulação forem derramados. Existem três divisões no livro de Apocalipse, dadas no capítulo 1:19: 
  • “As coisas que tens visto” – referindo-se ao que o apóstolo João viu no capítulo 1.
  • “As coisas que são” – referindo-se aos capítulos 2 e 3, que contêm os discursos do Senhor às sete igrejas, que são uma história moral da igreja professa na Terra, desde o tempo dos apóstolos até seus últimos dias.
  • “As coisas que depois destas hão de acontecer” – referindo-se aos capítulos 4 a 22, em que as aflições da Tribulação são descritas. Esta terceira divisão é chamada “depois destas coisas” (Ap 4:1) porque lida com coisas que acontecerão depois que a Igreja terminar sua história na Terra. 

É instrutivo ver que depois dos capítulos 2 e 3, uma porta no céu se abre e João é chamado: “Sobe aqui” (Ap 4:1). Esta é uma pequena imagem da Igreja sendo chamada para o céu depois de ter terminado o seu curso na Terra, pela vinda do Senhor (o Arrebatamento). Então, do capítulo 4 até o final do livro, onde os julgamentos da Tribulação são descritos, a Igreja não é vista na Terra novamente. Isso mostra que a Igreja não passará pela tribulação.
Quando falsas doutrinas são elaboradas de maneira prática, muitas vezes elas não fazem sentido. Este mesmo ponto sobre a Igreja e a Tribulação é um exemplo. Se todos os santos são levados pelo Senhor ao céu depois da Tribulação (como muitos ensinam), então quem será deixado para povoar a Terra milenar? Com os ímpios enviados para o castigo eterno, a Terra ficaria despovoada! (Os santos arrebatados para estar com o Senhor no ar não voltam a viver na Terra; eles reinarão sobre ela com Cristo nos “lugares altíssimos” Dn 7:18 – JND, 22, 27; 2 Co 5:1).

CORREÇÃO SOBRE ENSINO FALSO ESCATOLÓGICO Capítulo 2


CORREÇÃO SOBRE ENSINO FALSO ESCATOLÓGICO
Capítulo 2

Paulo agora se compromete a corrigir o equívoco que havia surgido entre os tessalonicenses a respeito do “dia do Senhor”. Foi dito a eles que a perseguição que eles estavam sofrendo era parte dos juízos do Dia do Senhor que os Cristãos devem passar antes que o Senhor venha. Muitos Cristãos hoje têm ideias semelhantes e, portanto, fariam bem em prestar atenção às instruções de Paulo neste capítulo.
Vs. 1-2 – Para enfrentar este erro, Paulo diz: “Quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com Ele, nós vos rogamos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem tão pouco vos perturbeis, nem por espírito, nem por palavra, nem por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto [está presente – JND]. Poderia ser perguntado: “Que aspecto da vinda do Senhor Paulo está se referindo aqui – o Arrebatamento ou a Aparição?” Como tem a ver com os santos sendo reunidos para o Senhor, é, portanto, inequivocamente o Arrebatamento. Por isso, Paulo rogou a eles que não dessem ouvidos ao erro que circulava entre eles com base no que ele havia ensinado na primeira epístola sobre o Arrebatamento, pois ocorre antes do dia do Senhor (1Ts 5:1-3). Como então eles poderiam ser encontrados na Terra quando seus julgamentos acontecem? Como isso não poderia acontecer, não havia necessidade de se incomodar com essa falsa doutrina.
Podemos nos perguntar por que Paulo traria o arrebatamento aqui quando o assunto em discussão nos capítulos 1-2 é a Aparição de Cristo. É verdade que Paulo tem falado dos santos precisando esperar pela Aparição de Cristo, quando Deus intervirá para consertar este mundo. No entanto, saber que o julgamento será executado em malfeitores na Aparição de Cristo dificilmente ministra conforto aos santos. Paulo, portanto, traz o Arrebatamento como um meio de confortar seus corações e mentes perturbados. Se eles pudessem apreender o fato de que seriam arrebatados para estar com o Senhor no céu, e assim seriam libertados da ira vindoura (1 Ts 1:10), seus medos desapareceriam.
Embora aqueles que propunham essa doutrina parecessem ter sido verificados quanto ao que estavam ensinando, os tessalonicenses deviam descartá-la completamente, porque Paulo os havia ensinado de outra forma. Ele menciona três métodos principais que os falsos mestres estavam usando para convencer os santos de sua doutrina errônea: 
  • “Por espírito” – Eles professaram ter recebido o ensinamento por uma revelação espiritual de Deus. Eles podem muito bem tê-lo recebido por um espírito (1 Tm 4:1; 1 Jo 4:1), mas não era o Espírito Santo e, portanto, Paulo usa um “s” minúsculo para identificar essa falsa fonte.
  • “Por palavra” – Eles professaram ter obtido isso de ministério oral de irmãos que também estavam ensinando a mesma coisa, e assim, era algo que era comumente ensinado entre os santos.
  • “Por epístola como enviada por nós” (ATB) – Aparentemente eles até chegaram a ponto de forjar uma carta que afirmavam ter sido escrita por Paulo, declarando essas ideias errôneas. 

Como uma palavra prática de cautela, precisamos entender que o que aconteceu com os tessalonicenses também poderia acontecer conosco. Ou seja, absorver o mau ensino desavisadamente. Mostra-nos que os Cristãos precisam ser cuidadosos em receber coisas de fontes não qualificadas, e especialmente neste dia de ruína no testemunho Cristão, quando há muitos ensinamentos errados (1 Tm 4:1). Há uma infinidade de ministérios Cristãos sendo apresentados hoje por vários meios: rádio, televisão, vídeo, literatura, internet, etc. Instrutores talentosos na Cristandade estão competindo por nossa atenção por esses meios, mas, infelizmente, muitos deles não são claros quanto à verdade e, portanto, não são confiáveis – embora possam alegar que receberam o ensinamento do Senhor. Onde muitos Cristãos são enganados é o pensamento errôneo de que desde que um homem é dotado, ele é, portanto, bem fundamentado na verdade. No entanto, dom e conhecimento da verdade são duas coisas diferentes. Paulo disse aos tessalonicenses: “Ninguém de maneira alguma vos engane”. Eles não deveriam se deixar enganar por ninguém, independentemente de quão talentoso e persuasivo a pessoa possa ser. Esta é uma exortação necessária para nós hoje.

A Oração de Paulo Pelos Santos Tessalonicenses


A Oração de Paulo Pelos Santos Tessalonicenses

Vs. 11-12 – Paulo então diz aos tessalonicenses a essência de suas orações por eles. Seu principal fardo era que, uma vez que eles seriam usados para glorificar a Cristo em um dia vindouro, eles deveriam ser exercitados sobre glorificar a Ele agora enquanto ainda estavam aqui na Terra. Podemos ver nesta oração que ele entendeu que todo crescimento no povo de Deus que resulta em testemunho de Cristo é realmente produzido por Sua graça operando em seus corações. Por isso, ele ora para que Deus tenha prazer e “considere” (JND) a eles “dignos do chamado” (JND) de sofrer por Cristo, e que Ele “e cumpra todo o desejo da sua bondade” por uma “obra da fé com poder” neles. E, como resultado, eles se comportariam corretamente sob a perseguição para que “o nome de nosso Senhor Jesus Cristo seja glorificado” (ATB). Isso, Paulo reconhece, só poderia ser efetuado pela “graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo”. Todo louvor, portanto, deve ir para aqu’Ele que chamou os Cristãos para esse testemunho.

A Exibição da Glória de Cristo com os Santos


A Exibição da Glória de Cristo com os Santos

V. 10 – Como mencionado, o segundo aspecto da Aparição de Cristo tem a ver com a demonstração de Sua glória com os santos. O Senhor não somente trará Seus anjos poderosos com Ele quando Ele vier (v. 7), mas também trará Seus “santos” (Zc 14:5; 1 Ts 3:13, 4:14; Jd 14; Ap 19:14). Naquele tempo, Ele será “glorificado nos Seus santos e para ser admirado em todos os que tiverem crido” (AIBB). Os santos naquele dia vindouro de manifestação brilharão à Sua semelhança e os homens e anjos olharão para eles com admiração e louvarão a glória da graça de Deus (Ef 1:6, 12). Essa exibição, naturalmente, incluirá os santos tessalonicenses. Paulo, portanto, acrescenta em um parêntese: “(porquanto o nosso testemunho foi crido entre vós)” (v. 10). Assim, Deus usará os santos para trazer glória a Cristo (Jo 17:22-23).
É triste dizer que, nestes dias de fraqueza e fracasso entre os Cristãos, muitas vezes é o contrário. O mundo olha para nós e encontra justificativa (assim eles pensam) por não crerem no evangelho. Como os judeus que fizeram o nome de Deus ser blasfemado entre os gentios por seu mau comportamento (Rm 2:24), a Igreja fez com que muitos neste mundo se afastassem de receber a Cristo. Mas no dia que Paulo está falando aqui, será exatamente o oposto; muitos se reunirão ao Senhor quando virem o que Sua graça operou na Igreja (Ef 1:6, 12) e com Israel (Sl 47:9; Is 60:1-22; Zc 2:10- 11, 8:22-23).

A Execução do Julgamento


A Execução do Julgamento

V. 7 – Paulo diz: “E a vós, que sois atribulados, descanso [repouso – JND] conosco” Deviam esperar até “a revelação do Senhor Jesus” (JND) (a Aparição) quando Ele intervirá para colocar este mundo em ordem. Naquele tempo, Deus “com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou” (At 17:31). Enquanto isso, os Cristãos não foram chamados a consertar os erros e injustiças do mundo envolvendo-se em seus assuntos. Estamos apenas passando pelo mundo “como peregrinos e forasteiros” em nosso caminho para o céu (1 Pe 2:11), e, portanto, devemos “deixar o caco se esforçar com os cacos da Terra” (Is 45:9 – JND). Nossa responsabilidade neste mundo é testemunhar por Cristo pela pregação do evangelho com a visão de que alguns pela graça de Deus podem ser salvos. O mundo será concertado “quando os teus juízos” estiverem “na Terra”, que começarão na Aparição de Cristo (Is 26:9); não será concertado pela influência de Cristãos piedosos e sua pregação do evangelho.
Paulo então elabora o julgamento que será executado na Aparição de Cristo. O Senhor sairá do céu “com os anjos do Seu poder” e com “labaredas de fogo” para Se vingar dos pecadores deste mundo. Ele traz Seus anjos com Ele para duas obras distintas: uma é executar o julgamento sobre os pecadores no reino dos céus, lançando-os diretamente no inferno (o lago de fogo) sem ver a morte (Mt 13:38-42, 24:37-41), e a outra é para a bênção das dez tribos de Israel, reunindo-os de volta à sua terra natal (Mt 24:31).
Paulo fala de duas classes gerais de incrédulos que serão julgados:
  • Aqueles “que não conhecem a Deus” – Estes são gentios que viveram na ignorância de Deus, o Salvador, nunca tendo ouvido o evangelho da Sua graça (1 Ts 4:5), mas que rejeitaram a luz que Ele lhes deu d’Ele mesmo por meio da criação (Sl 19:1-6; Rm 1:20).
  • Aqueles “que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” – Estas são pessoas iluminadas que ouviram o evangelho e conhecem o caminho da salvação, mas o rejeitaram (1 Pe 4:17; 2 Pe 2:20-21 ). 

Esses pecadores serão punidos com “eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder” por meio dos juízos que começam na Aparição de Cristo. Paulo não entra em detalhes aqui sobre como e quando essas duas classes de pecadores serão tratados, o que um cuidadoso estudo da profecia revelará. Basta dizer que a Aparição de Cristo inicia “o julgamento do vivos” (At 10:42; 2 Tm 4:1; 1 Pe 4:5). Este é um termo abrangente que inclui três julgamentos distintos de pessoas vivas:
  •    Juízo da Ceifa (Mt 13:37-43; Ap 14:14-16; Is 24:1-23).
  •    Juízo do Lagar (vindima) (Ap 14:17-20; Is 63:1-6; Jl 3:9-17).
  •    Julgamento em Sessão (Mt 25:31-46).
Alguns pensam que “a destruição eterna” (2 Ts 1:9; Fp 3:19; Mt 7:13; 2 Pe 2:1, 12, 3:16, etc.) significa que os incrédulos serão consumidos pelo fogo. do julgamento de Deus e deixarão de existir. Essa falsa doutrina é chamada de Aniquilacionismo[1]. A Palavra de Deus indica que a destruição eterna não tem a ver com a perda do ser de alguém, mas com a perda do seu bem-estar eterno sob o julgamento de Deus.
Há duas passagens em Jó que indicam que os incrédulos ainda existem depois de morrerem. Esses versos dizem que “sua alma nele lamenta” (Jó 14:22) e “dá gritos” (Jó 30:24 – ATB) mesmo depois de terem sido destruídos na morte.
Ap 19:20 nos diz que a besta e o falso profeta foram lançados vivos no lago de fogo. Então, no capítulo 20, nos é dito que depois do diabo liderar uma breve rebelião contra o Senhor no final do Milênio, ele será tomado e lançado no lago de fogo; e então diz: “onde estão a besta e o falso profeta” (Ap 20:10). A besta e o falso profeta ainda estão sofrendo no lago de fogo após o reinado de mil anos de Cristo! Eles não deixaram de existir.
Ap 14:10-11 diz que os adoradores da besta serão “atormentados com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite”. E novamente, Ap 20:10 diz que os que estão em uma eternidade perdida “de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”. O tormento é uma condição que exige que uma pessoa viva para suportá-lo. Você não pode atormentar o que não existe.
Em Mc 9:48, o Senhor disse: “O seu bicho não morre”. Isso também indica que os tormentos de uma consciência culpada não morrerão nos perdidos sob o castigo eterno.
Além disso, várias passagens da Bíblia nos dizem que o fogo do julgamento de Deus “nunca se apaga” (Mt 3:12; Mc 9:43, 45; Lc 3:17). Que necessidade haveria para que continuasse para sempre se aqueles que são lançados nele fossem imediatamente aniquilados por ela? Alguns nos dizem que a morte em si é o julgamento. Mas as Escrituras dizem: “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso (da morte) o juízo” (Hb 9:27).
Mesmo na linguagem comum, “destruição” não significa a cessação da existência. Por exemplo, se pegássemos um machado e cortássemos uma bela mesa de madeira em pedaços, poderíamos ser acusados de destruir a mesa. No entanto, haveria tanto material em uma pilha inútil no chão quanto existia naquela linda mesa. Destruída simplesmente significa que a mesa não pode mais ser usada para o propósito para o qual foi feita – mas o material do qual foi construída ainda existe. É o mesmo com a destruição dos seres humanos. O homem foi feito para a glória de Deus (Is 43:21; Ap 4:11); se ele for para a destruição eterna, ele não poderá mais ser ajustado por meio da salvação para o propósito para o qual ele foi criado.


[1] N. do T.: Aniquilacionismo é uma doutrina não bíblica que diz que os incrédulos serão aniquilados após a morte de seus corpos físicos, e que não irão viver uma eternidade de sofrimento no lago de fogo, mas serão “extinguidos” após a morte.

Dois Aspectos da Aparição de Cristo


Dois Aspectos da Aparição de Cristo

Vs. 7-10 – Esses versos indicam que há dois aspectos para a Aparição de Cristo: Haverá: 
  • A execução do Seu julgamento sobre os ímpios (vs. 7-9).
  • A exibição de Sua glória nos santos diante do mundo (v. 10). 

O primeiro aspecto da Sua Aparição introduz o “dia do Senhor” (1 Ts 5:2; 2 Pe 3:10), que tem a ver com a autoridade de Seu Senhorio sendo estabelecida na Terra por meio do julgamento (Ap 10:1-2). O segundo aspecto de Sua Aparição introduz o “dia de Cristo” (1 Co 1:8, 3:13, 5:5; 2 Co 1:14; Fp 1:6, 10, 2:16) quando Ele será visto manifestado em glória no Seu reino.

CONFORTO PARA OS SANTOS QUE ESTAVAM SENDO PERSEGUIDOS Capítulo 1


CONFORTO PARA OS SANTOS QUE ESTAVAM SENDO PERSEGUIDOS
Capítulo 1

Vs. 1-2 – Como na primeira epístola, Paulo inclui Silvano e Timóteo em sua saudação inicial “à igreja [assembleia – J ND] dos tessalonicenses”. E, como na primeira epístola, “graça” e “paz” são enviadas de “Deus nosso Pai” e do “Senhor Jesus Cristo”. Assim, a Paternidade de Deus e o Senhorio de Cristo são novamente enfatizados. Isso porque Paulo entendia que conhecer a Deus como nosso Pai e Jesus Cristo como nosso Senhor é essencial para o crescimento e a maturidade Cristã. O Senhorio de Cristo é particularmente enfatizado nesta segunda epístola. O título “Senhor” é usado mais de vinte vezes em três capítulos curtos.
V. 3 – Paulo viu progresso espiritual entre os santos tessalonicenses e agradeceu a Deus por isso. Sua “fé” estava crescendo excessivamente, e seu “amor” uns pelos outros estava florescendo. Contudo, como foi o caso em seus comentários na primeira epístola (cap. 3:6), ele não menciona esperança. A esperança é o terceiro item no trio de virtudes que andam juntas na vida Cristã normal. Destacada por sua ausência aqui, é evidente que “a bem-aventurada esperança” (Tt 2:13) foi adulterada em suas mentes, e é provavelmente a razão por que Paulo não os tenha recomendado por tê-la como a tinham no passado (1 Ts 1:3). Aprendemos no capítulo 2 que os maus ensinamentos referentes ao “dia do Senhor” haviam se infiltrado em suas fileiras e haviam perturbado sua esperança. Uma das principais razões para a escrita desta segunda epístola foi endireitar esse equívoco.
V. 4 – Paulo louva os crentes tessalonicenses por continuarem no caminho da fé apesar das “perseguições e tribulações” que estavam enfrentando. Provou a realidade de sua fé – e Paulo se regozijou em ver isso. Essas coisas os aborreceram porque lhes disseram (erroneamente) que suas provações eram sinais de que a Igreja estava passando pelos julgamentos associados ao Dia do Senhor. Essas perseguições, no entanto, não eram as provações da Grande Tribulação, mas eram sofrimentos conectados ao Cristianismo normal. Os Cristãos estão passando por um mundo que odeia a Cristo, e aqueles que levam Seu nome naturalmente sofrerão perseguição por causa disso (Jo 15:18-20, 16:33).
Vs. 5-6 – Paulo assegura-lhes que o sofrimento deles nas mãos de homens maus que rejeitaram o evangelho foi um “Prova clara do justo juízo de Deus” que está vindo sobre este mundo. Seu sofrimento era uma prova de que todos os incrédulos seriam julgados. É uma coisa justa de se fazer; um Deus que não julga o mal não é um Deus justo. Assim, Deus é justificado em Sua execução de julgamento. Naquele dia, Ele equilibrará as balanças da justiça. Para os santos tessalonicenses que estavam sofrendo perseguição dos homens incrédulos do mundo, isso significava que as coisas se inverteriam; o julgamento será dispensado àqueles que rejeitaram a graça de Deus e infligiram sofrimento aos santos.
Paulo diz a eles que o sofrimento deles por Cristo também mostrou que eles foram “havidos por dignos do reino de Deus”, pois é um privilégio dado aos santos sofrer por amor a Ele (Fp 1:29). Por isso, acrescenta: “pelo qual também padeceis” É como se ele dissesse: “Sua resistência firme na perseguição mostra que você é verdadeiramente parte dessa companhia que irá compartilhar a glória do reino de Cristo.” É, portanto, “é justo” que Deus “dê em paga tribulação” na forma de julgamento sobre os que rejeitam o evangelho.

A Segunda Epístola de Paulo aos TESSALONISSENSES - Introdução


A Segunda Epístola de Paulo aos TESSALONISSENSES

O Perigo da Má Escatologia (Eventos Futuros)
  
INTRODUÇÃO
O objetivo da epístola

Na primeira epístola, Paulo corrigiu o erro que havia surgido entre os tessalonicenses em relação aos santos que haviam morrido ou adormecido (1 Ts 4:14-18). Nesta segunda epístola, Paulo corrige o erro que eles tinham em relação aos santos vivos (2 Ts 2:1-8).
Deus sabia que, com o passar dos anos, os Cristãos se tornariam confusos com relação à essas coisas e incluiu essa epístola no cânon das Escrituras para corrigir essas falsas noções. Parece que esta epístola é necessária hoje mais do que nunca, pois muitos Cristãos têm a ideia de que a Igreja passará pelo período de sete anos da Tribulação que virá sobre este mundo (Dn 9:27, 12:1; Ap 3:10). A maioria dessas ideias erradas vem da não distinção entre as duas fases da vinda do Senhor – o Arrebatamento e a Revelação (Aparição) de Cristo – que Paulo cuidadosamente as distingue em ambas as epístolas aos tessalonicenses. (Veja as páginas 26-28)

Um esboço simples desta segunda epístola é: 
  • Capítulo 1 – Conforto para os santos que estavam passando por perseguições e tribulações resultantes de serem identificados com o nome de Cristo.
  • Capítulo 2 – Correção para os santos a respeito do falso ensino escatológico que receberam sobre a ordem dos eventos que cercam a Aparição de Cristo.
  • Capítulo 3 – Aconselhamento sobre como tratar os problemas práticos que resultam do mau ensino escatológico no capítulo 2.


COISAS PRÁTICAS QUE DEVEM CARACTERIZAR UMA ASSEMBLEIA CRISTÃ ESPERANDO PELA VINDA DO SENHOR - Capítulo 5:12-28


COISAS PRÁTICAS QUE DEVEM CARACTERIZAR UMA ASSEMBLEIA CRISTÃ ESPERANDO PELA VINDA DO SENHOR

Capítulo 5:12-28

Até agora, nas exortações de Paulo, ele se dirigiu aos santos tessalonicenses como crentes individuais. Agora, nesta seção final da epístola, ele os exorta coletivamente como uma companhia de crentes (uma assembleia) que está aguardando a vinda do Senhor (o Arrebatamento). Assim, essas exortações abordam a assembleia como um todo e descrevem como uma assembleia saudável deve ser caracterizada.
Vs. 12-13a – A primeira dessas exortações tem a ver com reconhecer e respeitar aqueles que estão no lugar de cuidado na assembleia. Paulo diz: “E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem [tomam a iniciativa – JND] sobre vós no Senhor, e vos admoestam, e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra”. Isso nos ensina que aqueles que compõem uma assembleia local devem estimar respeitosamente os anciãos/presbíteros naquela assembleia por causa do lugar que eles têm e do trabalho que eles fazem. O “trabalho” e a “obra” a que Paulo se refere aqui são uma coisa local, pois a responsabilidade no cuidado é puramente uma função local na casa de Deus. Assim, os anciãos em uma assembleia não agem como tais em outras assembleias.
A ARA diz esses homens que “presidem sobre vós no Senhor”, mas uma tradução melhor diz: “Que tomam a liderança entre vós” (JND). “Sobre vós” implica que eles têm uma posição na qual eles presidem oficialmente os santos de uma forma autoritária, mas é exatamente contra isso que Pedro nos adverte (1 Pe 5:3). Antes, os anciãos/presbíteros devem mover-se “entre” os santos em mansidão e humildade, procurando guiá-los e ajudá-los em suas dificuldades particulares e, assim, “pastorear a assembleia” (At 20:28 – JND).
É digno de nota que quando a função de anciãos/presbíteros está em vista nas Escrituras, eles são mencionados no plural (“eles”), mas quando suas qualificações morais estão em vista, elas são mencionadas no singular (1 Tim. 3:1 – “Se alguém ....”). Isso mostra que o governo de uma assembleia local não deve estar nas mãos de um homem. Deus pretende que eles funcionem como um grupo de homens e, assim, se controlem e se equilibrem uns aos outros, se necessário. Isso daria à assembleia uma maior imunidade contra um ancião/presbítero que se levantasse e assumisse o poder. Diótrefes é um exemplo de um presbítero que não era controlado pelos outros, e infelizmente deu errado (3 Jo 9).
Com relação àqueles que agem neste ofício na casa de Deus, a Escritura nos diz para “conhecê-los” (1 Co 16:15), “estimá-los” (1 Ts 5:13), “honrá-los” (1 Tm 5:17),  “imitar” a fé deles (Hb 13:7), “obedecer-lhes” (Hb 13:17), “sujeitar-se” a eles (Hb 13:17), e “saudar” a eles (Hb 13:24). Mas isso não nos diz para ordená-los, simplesmente porque as assembleias não têm poder para ordenar anciãos/presbíteros. Em todos os casos nas Escrituras onde as assembleias haviam ordenado presbíteros, eles foram ordenados para a assembleia por apóstolos ou delegados de um apóstolo. Apesar disso, praticamente toda assembleia Cristã hoje tenta nomear e ordenar seus anciãos!
Há sabedoria em Deus ao não dar às assembleias o poder de ordenar seus anciãos. Se uma assembleia possuísse tais poderes, poderia ser tentada a nomear homens que fossem inclinados aos seus interesses. Para proteger contra esse perigo, Deus levanta esses homens pelo Espírito Santo (At 20:28), e eles serão conhecidos por suas qualificações morais e pelo trabalho que fazem. Nos primeiros dias da Igreja, os apóstolos, ou delegados de um apóstolo, reconheceram esta obra de Deus em certos homens e os ordenaram para este ofício (At 14:23; Tt 1:5). O Espírito de Deus ainda está levantando os homens hoje para continuar o trabalho de cuidado nas assembleias locais. Estes não podem ser ordenados oficialmente a esse trabalho, porque hoje não há nenhum apóstolo na Terra para fazer isso. No entanto, Deus teria assembleias locais para reconhecer esses homens por suas qualificações morais (1 Tm 3:1-7; Tt 1:6-9) e pelo trabalho que eles fazem (1 Ts 5:13; 1Tm 5:17-18), e permitir que eles “apascentar o rebanho” de Deus, “tendo cuidado dele” (1 Pe 5:2).
Aqueles a quem Paulo está se referindo aqui em 1 Tessalonicenses 5:12-13 não foram oficialmente ordenados por um apóstolo. Paulo e Silas foram expulsos de Tessalônica depois de estarem lá apenas três sábados, e assim não havia tempo suficiente para os novos conversos naquela cidade amadurecerem espiritualmente para que fossem designados para tal trabalho. Para ordenar um bebê em Cristo para este lugar seria colocar um “neófito [novato] em perigo espiritual, pelo qual ele poderia cair na “condenação do diabo”, que é a “soberba [orgulho – JND] (1 Tm 3:6; Pv 16:18). Mas agora, no momento da escrita desta epístola, alguns tinham manifestado maturidade espiritual e o Espírito Santo os havia levantado para esse trabalho.
O ponto na exortação de Paulo aqui é que a assembleia deve reconhecê-los e tê-los “em grande estima e amor” e apoiá-los em seu trabalho. Essa é uma exortação necessária para todas as assembleias, pois há uma tendência dos santos tratarem os cuidados pessoais que os presbíteros possam mostrar para com os santos como uma invasão em suas vidas e tornarem-se ressentidos com isso. Pode-se perguntar: “Como é que uma assembleia deveria “conhecer” esses homens se eles não foram nomeados?” A resposta é simples; eles serão visíveis porque “se têm dedicado ao ministério dos santos” (1 Co 16:15). Nós devemos conhecê-los pelo trabalho que fazem.
V. 13b – Paulo então diz: “Tende paz entre vós”. Não é por acaso que esta exortação segue sua palavra de respeitar aqueles que tomam a iniciativa. A paz geralmente reside em uma assembleia que aceita, ao invés de resistir e desafiar, seus anciãos. As revoltas contra os líderes na assembleia foram a principal fonte da ruptura da paz e da unidade em toda a história da Igreja.
V. 14 – Quatro exortações seguem nesse versículo que parecem ser dirigidas aos anciãos em particular. Paulo diz: “Amoesteis os desordeiros [desordenados – JND].A casa de Deus é um lugar de ordem e pessoas desordenadas não devem ser encontradas lá fazendo o que quiserem. Portanto, todos esses devem ser corrigidos. Note que ele não diz à assembleia para excomungá-los, mas sim para “admoestá-los” e, assim, restaurá-los a um andar ordenado (Gl 6:1). Esta exortação se aplicaria particularmente aos “intrometidos” (ARA) que estavam andando “desordenadamente” entre os santos em Tessalônica (2 Ts 3:6-15), mas também pode aplicar-se a todos os que andam desordenadamente.
Paulo então diz: “Consoleis os de pouco ânimo”. Isso se refere àqueles que estão desencorajados. Confortar o abatido é uma obra importante porque um Cristão desanimado corre o risco de ser vítima do inimigo e ser levado embora (1 Pe 5:7-8).
Paulo acrescenta: “Sustenteis os fracos”. Ele provavelmente está se referindo àqueles que eram fracos na fé – isto é, deficientes em seu entendimento da liberdade da graça (Rm 14:1; Gl 5:1). Ele pode estar se referindo àqueles que haviam se convertido ao judaísmo e que tinham certos costumes em relação a comidas e festas.
Por fim, eles deveriam ser “pacientes para com todos”. Isso significa que precisamos ter graça especial para aqueles que nos irritam e não permitir que nossos espíritos sejam provocados de maneira carnal por tais pessoas.
V. 15 – Paulo então adverte contra a retaliação quando fomos injustiçados. “Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com todos” A retaliação entre os irmãos certamente destruirá a paz na assembleia. A maneira correta de lidar com ofensas pessoais e erros entre irmãos é ensinada pelo Senhor em Mateus 18:15-17. O remédio para toda a animosidade mostrada a nós é retornar bondade a quem nos faz mal (Rm 12:18-21). Isso deve ser feito entre nossos irmãos Cristãos, assim como aqueles do mundo (Lc 6:27-29). A retaliação contra os incrédulos certamente prestará um mau testemunho perante o mundo.
V. 16 – Em seguida, Paulo diz: “Regozijai-vos sempre”. Podemos pensar que isso não é humanamente possível porque há ocasiões em que simplesmente não podemos evitar o sofrimento. Somos até instruídos a entrar na “casa onde há luto” e “chorar com os que choram” (Ec 7:2; Rm 12:15b). Contudo, Paulo não está falando dessas exceções, mas sim do sentido geral de nossas vidas – daquilo que deveria nos caracterizar normalmente como Cristãos.
V. 17 – Paulo então diz: “Orai sem cessar”. Similarmente, em Ef 6:18, ele diz que devemos estar “orando em todo o tempo” (Compare também Lc 18:1). Podemos nos perguntar o que ele quis dizer com isso quando sabia que os santos tinham responsabilidades diárias para atender. Eles simplesmente não tinham tempo para ficar de joelhos o dia inteiro – até mesmo o próprio Senhor “acabou” de orar! (Lc 11:1) No entanto, Paulo não estava se referindo a tempos fixos de oração privada (Mt 6:6; Ef 1:16 etc.), mas à atitude instantânea de oração de que os Cristãos devem viver enquanto atendem suas responsabilidades diárias. Devemos viver, andar e manter nossa existência em comunhão contínua com o Senhor, e isto deve tomar a forma do espírito de oração. Isso pode ser visto em Neemias. Como ele trabalhava para o rei da Pérsia, o rei lhe fez uma pergunta, mas ele não teve tempo para se retirar para orar, então ele orou de onde estava e fez uma pequena e rápida oração ao Senhor, e então respondeu ao rei (Neemias 2:4-5).
V. 18 – Paulo então diz: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. Isso mostra que precisamos ter um espírito de submissão e gratidão por tudo o que acontece em nossas vidas. É fácil agradecer ao Senhor quando coisas boas e agradáveis acontecem em nossas vidas, mas quando as coisas negativas e tentadoras surgem em nosso caminho, precisaremos de graça especial para receber essas coisas de Suas mãos. O próprio Senhor é nosso grande exemplo nisso. Quando Ele veio para os Seus, eles não O receberam (Jo 1:11). Ele aceitou com um espírito de submissão, dizendo: “Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da Terra... Sim, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado” (Mt 11:25-26 – ARA). Nós só seremos capazes de fazer isso crendo que Deus está sobre todas as circunstâncias em nossas vidas, e que Ele somente permitirá que as coisas nos toquem que são absolutamente necessárias (Lm 3:37; Mt 28:18; Ef. 1:22; Cl 1:17). A fé que crê que Ele é verdadeiramente um bom Deus (Sl 73:1), e que Ele está apenas interessado em nosso bem e bênção (Jó 23:14; 2 Co 4:17) se submeterá ao que Ele permitiu, e até agradecerá a Ele por isso – mesmo que seja algo que nos decepcione.
V. 19 – Em seguida, Paulo diz: “Não extingais o Espírito”. Deus quer nos usar como canais pelos quais o Seu Espírito trabalharia para a bênção dos outros. O Senhor disse: “Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios d'água viva correrão do seu ventre. E isto disse Ele do Espírito que haviam de receber os que n’Ele cressem” (Jo 7:38-39). Deus deseja trabalhar por nosso intermédio pelo Espírito, e nós devemos deixar o Espírito ter essa liberdade. Não devemos impedi-Lo nisto. Se fizermos isso, estamos apagando o Espírito. É como uma mangueira de jardim que tem água correndo por ela. Se alguém pegasse a mangueira e a dobrasse, o fluxo de água seria interrompido, ou pelo menos seria muito diminuído. Da mesma forma, o Espírito de Deus pode querer nos levar a fazer algo para o Senhor, mas nossas vontades podem se opor a isso, e assim nos recusamos a seguir Seus estímulos. Ao resistir dessa maneira, extinguimos o Espírito. O contexto dessa exortação pode estar na assembleia, mas a extinção do Espírito também pode ocorrer fora da assembleia no curso da vida diária.
Extinguir o Espírito é ilustrado nas Escrituras na história do servo de Abraão (Gn 24). Ele é uma figura do Espírito Santo que foi enviado a este mundo para garantir uma noiva para Cristo (de quem Isaque é uma figura) Tendo assegurado a ela para Isaque pela dádiva de presentes etc., o servo de Abraão se levantou para levá-la a Isaac, mas sua mãe e seu irmão interferiram e queriam detê-lo “por um ano inteiro” antes de deixá-lo ir com ela (Gn 24:55 – KJV margem). Esta é uma ilustração de se extinguir o Espírito. O servo então respondeu: “Não me detenhais [impeçais – JND], pois o Senhor tem prosperado o meu caminho; deixai-me partir, para que eu volte a meu senhor” (Gn 24:56). O Espírito está, da mesma forma, dizendo para nós: “Não Me impeçais”.
Entristecer o Espírito Santo é um pouco diferente (Ef 4:30). Tem a ver conosco saindo e fazendo algo que o Espírito não nos levou a fazer, por meio do qual Ele é entristecido por nossas ações. É o pecado que entristece o Espírito. Quando o crente peca, o Convidado divino dentro de nós sente isso e nos exercitará para julgá-lo. Colocando de uma forma simples: 
  • Extinguir o Espírito é não fazer algo que Ele está nos levando a fazer,
  • Entristecer o Espírito é fazer algo que Ele não nos levou a fazer. 

V. 20 – Em seguida, Paulo diz: “Não desprezeis as profecias”. Novamente, o contexto indicaria o ambiente de assembleia onde as profecias são geralmente dadas, mas também poderia se referir a um irmão ou uma irmã profetizando fora da assembleia também. Esta exortação é necessária hoje tanto quanto sempre, porque tendemos a “estimar superficialmente o profetizado (JND) e criar uma antipatia pela pessoa que profetiza de uma maneira que toca nossas consciências. Se a pessoa ministra no Espírito, e nós a desconsideramos, estamos nos tornando surdos para o que Deus possa estar dizendo para nós. O malvado rei Acab é um exemplo. Ele disse do profeta Mica: “eu o odeio, porque nunca profetiza de mim o que é bom, senão sempre o mal” (2 Crônicas 18:7). Ele viu o ministério profético de Mica como mal porque o repreendeu. Naturalmente, gostamos de profetas que nos falam “coisas aprazíveis” (Is 30:10), mas há ocasiões em que é necessária uma “palavra de exortação” para nossas consciências (Hb 13:22). Não nos ressintamos com isso; Deus pode estar usando isso para nos corrigir de alguma forma necessária. As profecias (o profetizado) são uma maneira ordenada de Deus de comunicação a nós.
V. 21 – Então Paulo acrescenta: “mas provai todas as coisas; retendes o correto” (JND). O fato de ele colocar uma  conjunção “mas” no texto aqui indica que ele estava conectando o verso anterior (v. 20) com esta afirmação. Isso mostra que o que é profetizado precisa ser testado se vêm de Deus ou não. Essa é uma precaução necessária – especialmente nestes últimos dias, quando a profissão Cristã tem muitos “falsos mestres [instrutores – JND] (2 Pe 2:1) e “obreiros fraudulentos” (2 Co 11:13). O ponto aqui é que pode ser que nem tudo o que é profetizado é de Deus e vem de Deus. O crente não deve ser ingênuo e acreditar em tudo que ouve, mas deve “provar” essas coisas pelo grande padrão da própria Palavra de Deus (Is 8:20). A questão é: o profetizado coincide com as Escrituras? Se isso não acontecer, então devemos colocá-lo de lado. Se, por outro lado, é de acordo com a Palavra, devemos “retê-lo”.
Contudo, se não conhecermos as Escrituras como deveríamos (talvez porque somos novos na fé), podemos contar com a “unção do Santo” (1 Jo 2:20-26). Isso se refere à presença do Espírito de Deus em nós, nos fazendo discernir a verdade quando ela nos é apresentada e, ao contrário, nos fazendo discernir o erro. Mas isso exige permanecer n’Ele por meio da comunhão.
V. 22 – Deus desejava que os santos tessalonicenses se mantivessem afastados de todo tipo de mal – por sua preservação pessoal e pelo testemunho. Por isso, Paulo diz: “abstende-vos de toda forma de mal” (ARA). Isso pode exigir discernimento espiritual, porque às vezes “o mal [a perversidade – JND] pode se manifestar de formas sutis.
Vs. 23-24 – W. Kelly indica que esses versículos são a essência da oração do apóstolo para os tessalonicenses. Ele diz: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a [na – JND] vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.”. No capítulo 3:10, Paulo disse aos tessalonicenses que ele orava regularmente por sua perfeição e entendimento espirituais; agora nestes versículos, ele diz a eles que também está orando por sua preservação. O assunto aqui, como no capítulo 4:3, é santificação prática ou progressiva. A ordem em que ele fala das três partes da nossa humanidade é significativa e nos dá a chave de como somos preservados. Ele diz: “Espírito, e alma e corpo ...” 
  • Nossos espíritos são nossa parte inteligente e consciente de Deus (racional) de nossos seres (Jó 32:8; Pv 20:27).
  • Nossas almas são a sede de nossos apetites, emoções e desejos (Gn 27:4, 34:3; Dt 12:20; Mc 12:30; 1 Pe 2:11).
  • Nossos corpos são a parte física de nossos seres (Gn 2:7). 

Assim, a maneira pela qual seremos guardados do mal é sempre ter nossos espíritos em posição de assumir a liderança em todos os assuntos e decisões da vida. Se deixarmos que as emoções de nossa alma nos dirijam a tomar essas decisões, em breve seremos desviados, pois as afeições e emoções do nosso coração podem ser enganosas (Jr 17:9) e inconstantes (2 Sm 13:15). Portanto, não devemos ser guiados pelo que sentimos ser bom ou pelo que nossos corações desejam. Devemos comprar, comer, ir a lugares e fazer coisas que a parte inteligente de nosso ser acredita estar de acordo com a vontade de Deus. Isso é determinado pelos princípios da Palavra de Deus. Quando essas escolhas são boas e corretas e de acordo com a Palavra de Deus, podemos, então, envolver nossas almas e corpos. Aqui está o caminho da nossa preservação. Os homens do mundo invertem essa ordem e dizem: “corpo, alma e espírito”. Eles vivem predominantemente para o que agrada o corpo e a alma e negligenciam o espírito – e todo tipo de pecado resulta.
V. 25 – Paulo então solicita as orações dos santos a respeito de Sua obra e serviço ao Senhor. Isso mostra que a oração diante do trono da graça é recíproca. É um privilégio orar pelos santos.
Vs. 26-28 – Paulo encerra a carta com suas saudações habituais, desejando que “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo” estivesse com eles.