Três Coisas que Devem Acontecer Antes o Dia do Senhor
Vs. 3-12 – Tendo identificado
as fontes das falsas noções referentes ao “dia
do Senhor”, Paulo prossegue corrigindo os equívocos dos tessalonicenses.
Ele mostra que esse dia não poderia estar “presente”
porque certas coisas devem acontecer antes
que aconteçam – e essas coisas claramente não aconteceram. Ele toca em três coisas em particular – mas não em
sua ordem cronológica:
Em primeiro lugar, deve haver “a
apostasia” da Cristandade. Isto se refere à falsa igreja (os professores
sem fé que serão deixados para trás na Terra na época do Arrebatamento)
abandonando a fé Cristã e voltando-se para adorar a besta e sua imagem – “a abominação da desolação” (Ap 13:11-18;
Mt 24:15). Isso ocorrerá no meio da septuagésima semana de Daniel (Dn 9:27;
12:11). A apostasia já começou na profissão Cristã (1 Tm 4:1 – “apostatarão alguns da fé”), mas no dia
vindouro, chegará ao seu ponto culminante na adoração generalizada da besta.
Em segundo lugar, “o homem do
pecado”, “o filho da perdição”
(o “anticristo” – 1 Jo 2:18) deve
ser revelado. A maioria dos Cristãos pensa que esse homem é a “besta” romana que governará o Império
Romano (Ap 13:1-8) – também conhecido como “a
ponta [o chifre] pequeno” (Dn 7:8, 20-21, 24-25) e “o príncipe” (Dn 9:26-27). No entanto,
estes são dois homens diferentes: a besta romana é um homem gentio, enquanto o anticristo
é um judeu (Dn 11:37). O anticristo é a segunda “besta” em Apocalipse 13:11-21, que se levantará na terra de Israel
e será recebido por eles como seu messias (Jo 5:43). Esta besta é dito ter “dois chifres” denotando seus dois
ofícios: como o “rei” dos judeus (Is
8:21, 30:33, 57:9; Dn 11:36) e como o líder espiritual dos judeus “O falso profeta” (Ap 16:13, 19:20,
20:10). O anticristo será um representante direto de Satanás na Terra e será
usado por Satanás para levar a apostasia ao extremo na adoração da besta. De
fato, Ele imporá a adoração à besta e à sua imagem (Ap 13:15).
V. 4 – Paulo então nos diz
que esse homem se deixará levar pela sua própria importância e não ficará
satisfeito em ser o rei e o profeta dos judeus. Ele buscará a adoração de seus
súditos, “apresentando-se como Deus”!
(AIBB) Ele se sentará no “templo” em
Jerusalém como um objeto de adoração. Isso mostra que haverá um templo literal
em uso naquele tempo; a imagem da besta romana será colocada ali (Mt 24:15), e
esse homem ímpio também se assentará ali. (Esse templo acabará sendo destruído
pelos exércitos do rei do norte – Sl 74:3-7).
V. 5 – Paulo então pede aos
tessalonicenses que “lembrassem” que
ele lhes ensinara essas coisas quando estava com eles. Como ele estava lá
apenas três sábados, eles definitivamente ainda eram bebês em Cristo naquela
época, mas ele não considerava a profecia um assunto muito profundo para eles.
Alguns têm a ideia de que os novos convertidos não devem se ocupar com assuntos
proféticos, mas é claro que Paulo não se sentia assim.
Vs. 6-7 – Uma terceira coisa que ele menciona que
ocorrerá antes do “dia do Senhor” é
a remoção da restrição contra a “injustiça
[ilegalidade – JND]” – particularmente no reino da besta.
Esta restrição está sendo exercida hoje na Terra por meio de dois detentores:
- “Aquilo que o detém” (v. 6).
- “Aqu’Ele que agora o detém” (v. 7).
“Aquilo que o detém” refere-se ao princípio da lei e ordem no
governo humano que Deus colocou na mão do homem para exercer após o dilúvio
para conter o mal (Gn 9:5-6; Ec 5:8; Rm 13:1-7). J. N. Darby disse: “‘Aquilo que o detém”, portanto, é o
poder de Deus agindo no governo aqui abaixo, conforme autorizado por Ele. O
mais grosseiro abuso de poder ainda tem esse último caráter. Cristo poderia
dizer a Pilatos: ‘Nenhum poder terias
contra Mim, se de cima te não fosse dado’ Por mais perverso que fosse, seu
poder é possuído como vindo de Deus” (Synopsis
of the Books of the Bible, em 2 Tessalonicenses 2). O Sr. Darby também
disse: “‘Aquilo que o detém”
no grego significa uma coisa. O que é isso? Deus não nos disse o que é, e isto,
sem dúvida, porque a coisa que restringiu então não é a mesma que restringe
agora. Então, em certo sentido, era o Império Romano, como pensavam os pais,
que viam no poder do Império Romano um obstáculo à revelação do homem do
pecado, e assim oravam pela prosperidade daquele império. Atualmente, o
obstáculo é a existência dos governos estabelecidos por Deus no mundo” (Collected Writings, vol. 27, págs.
302-303).
“Aqu’Ele que agora o detém” refere-se ao Espírito Santo residente Na terra
na Igreja agindo para conter o mal em várias esferas. O apóstolo Paulo diz que
o Espírito Se empenhará nesta obra “até
que do meio seja tirado [até que Se
vá – JND]”. Assim, está chegando
o tempo em que o Espírito Santo não mais residirá na Terra. Como o Espírito
habitará na Igreja “para sempre” (Jo
14:16), quando a Igreja for chamada para fora da Terra pelo Senhor no
Arrebatamento, o Espírito também sairá da Terra naquele momento. E. Dennett
disse: “O que Paulo ensina em 2 Tessalonicenses 2 é que a coisa que restringe a
manifestação desse monstro de iniquidade no momento presente é a presença do Espírito
Santo na Terra na Igreja” (Christ as the
Morning Star and the Sun of Righteousness, pág. 46). A saída do Espírito da
Terra não significa que Ele deixará de trabalhar na Terra. Ele continuará a
trabalhar aqui, mas será do céu, como fez nos tempos do Velho Testamento.
Paulo disse que o “mistério da iniquidade [ilegalidade – JND] já opera”. É chamado de “mistério”
porque tem a ver com o funcionamento secreto do espírito de desobediência no
mundo, opondo-se à vontade de Deus em todas as coisas, divina. e secular, pela
influência do diabo. Como um segredo desvendado, sabemos agora que há um fim na
operação da iniquidade nos juízos do Senhor executados em Sua Aparição (v. 8).
A detenção da iniquidade pelos governos das nações do Ocidente tem corroída
desde os dias dos apóstolos. É por isso que Paulo disse que “já opera”. Como resultado, a iniquidade
está aumentando, e continuará a fazê-lo até o dia vindouro em que a lei e a
ordem se romperão completamente quando “ele”
(o anticristo) for “revelado a seu tempo”.(ATB).
Da mesma forma, o segundo Detentor (o Espírito Santo) não está restringindo o
mal como Ele já uma vez fez, porque Ele está Se tornando cada vez mais entristecido
com aqueles na casa de Deus onde Ele habita (2 Tm 3:13). Mas quando o Espírito
Santo é “tirado do caminho” (KJV) no
Arrebatamento, o mal irá inundar em um ritmo acelerado.
Há, na verdade, uma quarta coisa que acontecerá pouco antes
do “dia do Senhor”, que Paulo não
menciona. É o ataque dos assírios, o rei do norte (Dn 11:40-43). Quando seus
exércitos entrarem e devastarem a terra de Israel, será um sinal de que o Dia
do Senhor está “perto” – isto é,
prestes a acontecer (Joel 1:15, 2:1). O Senhor aparecerá do céu em julgamento,
cerca de 18 dias após o ataque. Isso é calculado a partir do fim dos 1.260 dias
(Ap 11:3, 12:6), que é o período da Grande Tribulação, até os 1.278 dias, que é
o fim dos últimos 3 anos e meio da septuagésima semana de Daniel – quando o
Senhor aparece do céu (Dn 9:27).
Como nenhuma dessas coisas
aconteceu, está claro que a Igreja naquele dia não poderia estar passando pelos
julgamentos relacionados com “o dia do
Senhor”.
Vs. 8-9 – Paulo se apressa em
nos dizer que, embora “o iníquo [o sem lei – JND]” (o anticristo) seja revelado naqueles dias depois que o Espírito
de Deus for removido, seu domínio será curto. Ele durará apenas durante a
segunda metade da semana profética (3 anos e meio), quando o Senhor o “desfará [consumirá – JND] pelo assopro da
sua boca” e “o esplendor da Sua vinda”.
Ele será lançado vivo no lago de fogo (inferno) junto com a besta romana (Ap
19:20; Is 30:33).
V. 9 nos diz que a energia de
Satanás impulsionará este ímpio em sua obra de enganar as massas no Ocidente
com seus “sinais e prodígios de mentira”.
Ele será a personificação do mal satânico.
Vs. 10-12 – Uma classe
especial de pecadores será levada por seus enganos – aqueles que “não receberam o amor da verdade para se
salvarem”. Paulo já os identificou como “os que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (cap.
1:8). Essas pessoas conhecem o evangelho da graça de Deus, mas não fazem uso
dele. Ser um povo iluminado os torna muito responsáveis, pois Deus
responsabiliza os homens conforme o grau de luz que lhes foi dado (Lc 12:47-48).
Com estas pessoas: “melhor lhes fora não
conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo
mandamento que lhes fora dado” (2 Pe 2:21).
Como uma retribuição divina
por rejeitar “o amor da verdade” no
evangelho, essas pessoas que “não creem”
serão entregues para crer na “mentira”
do anticristo. Isto é por terem se afastado da fé Cristã e adorar a besta e sua
imagem, que é apostasia. Deus enviou o evangelho a essas pessoas, mas elas não
o receberam. Então, em retribuição, “Deus
lhes enviará a operação do erro” por meio do trabalho do anticristo, e eles
aceitarão sua “mentira”. Apocalipse
9:1-11 fala da obra maligna do anticristo na terra de Israel, enganando a massa
dos judeus não selados e fazendo com que eles abandonassem o judaísmo indo após
o culto da besta. Aqui nesta passagem, sua obra maligna está em conexão com
enganar a massa apóstata na Cristandade.