segunda-feira, 12 de novembro de 2018

CONSELHO SOBRE AQUELES QUE ANDAM DESORNAMENTE Capítulo 3


CONSELHO SOBRE AQUELES QUE ANDAM DESORNAMENTE
Capítulo 3

No capítulo 2, Paulo corrigiu o erro escatológico (eventos do tempo do fim) que havia surgido entre os tessalonicenses. Agora, no capítulo 3, ele corrige os problemas práticos que surgiram desse ensino defeituoso. O fato de uma coisa levar a outra enfatiza o velho ditado: “A má doutrina leva à má prática”. Estejamos avisados: aquilo que doutrinariamente abraçamos e cremos, importa.
Neste capítulo, vemos que Satanás (“o maligno” – v. 3) estava trabalhando de maneiras diferentes para frustrar a obra de Deus. Isso não surpreende, pois ele sempre tenta se “opor” à obra do Senhor (Zc 3:1). Nos versículos 1-2, vemo-lo tentando impedir o evangelho de se pregado. Nos versículos 3-5, vemos que ele trabalha para impedir que os crentes se estabeleçam na fé e sigam as coisas que Paulo lhes ensinou. Nos versículos 6-16, vemos que ele faz com que alguns andem desordenadamente, e isto traz uma marca de desonra contra o testemunho Cristão. No capítulo 2, Paulo falou do “mistério da iniquidade [ilegalidade – JND]”, culminando no homem do pecado, que é uma coisa futura. No capítulo 3, ele fala disso em seu presente trabalho enquanto a Igreja ainda está na Terra – “já opera” (cap. 2:7).
Vs. 1-5 – Com as forças do mal contra o testemunho Cristão, Paulo pede as orações dos tessalonicenses a respeito da obra em que ele e seus cooperadores estavam empenhados em pregar o evangelho. Vemos a partir disso que não há vergonha para irmãos mais velhos e mais experientes que solicitam as orações de irmãos mais jovens. Alguns têm a ideia errônea de que o Senhor responderá mais prontamente à oração de um Cristão maduro do que um novo convertido – supondo que os Cristãos mais velhos tenham mais peso com Deus. A verdade é que Deus responde as orações de acordo com a disposição de Seu próprio coração, e se novos Cristãos orarem de acordo com a vontade de Deus, será respondido (1 Jo 5:14). O santo mais avançado deve ser grato pelas orações do mais jovem e humilde crente. O pedido de Paulo foi triplo:

  • Que a Palavra do Senhor teria “livre curso [fluísse]. Isto é, que a mensagem do evangelho não seria impedida de fluir.
  • Que a Palavra do Senhor seria “glorificada”. Isto é, que trabalharia triunfantemente nas almas para sua bênção, e Deus obteria a glória por isso.
  • Que os mensageiros portadores da Palavra seriam “livres” das conspirações de “homens perversos e maus” (AIBB) que não têm fé. (Da história relatada em Atos 17, os tessalonicenses bem sabiam dos perigos deste serviço, tendo visto a perseguição em primeira mão.)


Vs. 3-4 – Paulo estava confiante de que, apesar da oposição, “o Senhor é fiel” e Ele “confirmaria [estabeleceria – JND]” (ATB) os santos tessalonicenses e os guardaria dos desígnios do “maligno”. Ele acreditava que as coisas que tinha ensinado a eles dariam frutos ao serem praticadas.
V. 5 – Paulo desejava que o Senhor direcionasse seus corações no “amor de Deus, e na paciência de o Cristo” (JND). Essa é a postura correta do Cristão enquanto ele aguarda a vinda do Senhor (o Arrebatamento). Devemos ser encontrados desfrutando do amor de Deus enquanto esperamos pelo Senhor. A KJV diz: “na paciente espera por Cristo”, mas o versículo deve realmente ler “a paciência de o Cristo”. É verdade que devemos esperar que Cristo venha (Lc 12:36), mas o pensamento que Paulo está transmitindo aqui é que devemos ter o mesmo caráter de espera paciente que o próprio Cristo tem enquanto Ele está assentado nas alturas à direita de Deus. Devemos esperar com o mesmo tipo de paciência que Ele tem. Chegará o momento em que o Pai dará ao Senhor Jesus a palavra para vir e nos levar, e Ele Se levantará imediatamente e dará o “alarido” para nos levar à casa do Pai (Jo 14:2-3; 1 Ts 4:15-17).
O comentário de Paulo aqui é algo muito necessário para nós, porque podemos nos tornar impacientes enquanto esperamos que o Senhor vir. Podemos ficar cansados do caminho e irritados sob o estresse da vida Cristã. Podemos nos tornar como o servo infiel que disse: “Meu senhor tarde virá” e “começar a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os bêbados” (Mt 24:48-49). Assim, entramos em conflito com nossos irmãos e nossos princípios de separação do mundo desmoronam.
V. 6 – As ideias errôneas a respeito da vinda do Senhor e do dia do Senhor já haviam dado fruto entre os tessalonicenses. Isso fez com que alguns andassem “desordenadamente”. Isso mostra que “as más conversações corrompem bons costumes” (1 Co 15:33). Como acreditavam que aquele dia havia chegado, pensaram que não haveria necessidade de continuar trabalhando em seus empregos regulares e, assim, pararam de trabalhar. Tendo feito isso, eles esperavam que os outros os apoiassem. Deixou-os com muito tempo livre em suas mãos e em sua ociosidade eles andavam “intrometendo-se na vida alheia” (AIBB) entre os santos.
Isto certamente não era como Paulo os havia “mandado [instruído – JND] que eles tinham recebido de Paulo. Na primeira epístola, ele lhes ensinara: “procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos””. Ele também explicou que, se não se mostrassem pessoas conscienciosas e diligentes, , prestaria um testemunho negativo “para com os que estão de fora” (1 Ts 4:11-12). Essa situação que havia se desenvolvido entre os santos tessalonicenses era, portanto, algo que precisava ser corrigido.
Paulo continua a dizer-lhes como isso deve ser feito. Todos esses intrometidos deveriam sentir o desagrado do Senhor para que se julgassem e corrigissem seus caminhos. Isso não deveria ser feito excomungando-os, como é o caso do homem imoral em 1 Coríntios 5. Esses “aproveitadores” não deveriam ser impedidos de participar da Ceia do Senhor, mas seriam retirados em assuntos de comunhão prática. J. N. Darby disse que eles deveriam ser tratados “friamente” e, assim, perceberam que estavam fora de sintonia com seus irmãos e com o ensinamento do apóstolo.
Vs. 7-10 – Paulo então aponta para o exemplo que ele e seus cooperadores lhes deram quando estavam em Tessalônica e os encorajou a “imitar” esse exemplo. Eles não “comeram de graça o pão de homem algum”. Eles trabalharam para se sustentar para que não fossem cobrados pelos tessalonicenses. Ele acrescenta: “Não porque não tivéssemos autoridade [direito – ATB], mas para se tornarem um exemplo para os tessalonicenses seguirem. Seu lema era: “se alguém não quiser trabalhar, não coma também”.
Vs. 11-12 – Agora, diante de tal claro ensinamento, Paulo diz: “Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes intrometendo-se na vida alheia [nos negócios alheios – ATB] (AIBB).
Paulo então dá uma palavra pessoal para todos esses: “A esses tais, porém mandamos [determinamos – ARA], e exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão”.
Vs. 14-15 – Tendo abordado os intrometidos, ele prossegue para falar à assembleia sobre sua conduta em relação aos intrometidos. Ele diz: “Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai [marcai – JND] o tal, e não vos mistureis [não mantenha companhia – JND] com ele, para que se envergonhe” Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão”. Isso deveria ser feito em nível individual; não era uma ação corporativa da assembleia.

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