A Paternidade de Deus e o Senhorio de Cristo
“Deus o Pai e o Senhor Jesus Cristo” (JND) são mencionados no início. Paulo queria
que os tessalonicenses soubessem que estavam sob o cuidado atento dessas Pessoas
divinas. Não só a salvação havia sido assegurada para eles por Deus Pai e pelo
Senhor Jesus Cristo (1 Jo 4:14), mas eles também estavam intensamente
interessados no progresso espiritual dos tessalonicenses. O apóstolo também
expressou seu desejo de que “graça”
e “paz” fossem dadas a eles para que
isso fosse realizado.
É significativo que a
paternidade de Deus e o senhorio de Cristo sejam mencionados por escrito a
esses novos conversos. Ocorrem várias vezes na epístola e não é por acaso.
Paulo sabia que o conhecimento de Deus como nosso Pai e o reconhecimento de
Jesus como nosso Senhor em um sentido prático são essenciais para o crescimento
e desenvolvimento.
Conhecer Deus como nosso Pai é
característica do Cristianismo (Jo 14:7-10; Rm 8:14-15; Gl 4:6) – até mesmo um
bebê em Cristo conhece o Pai (1 Jo 2:13). É uma evidência de que uma pessoa tem
“vida eterna” – que é uma bênção
distintamente Cristã (Jo 17:3). O Antigo Testamento fala de Deus como “Pai” (Isaías 63:16, 64:8; Jr 3:4), mas
não da mesma maneira que os Cristãos O conhecem como Pai. Paulo desejou que
esses queridos tessalonicenses aproveitassem totalmente esse novo
relacionamento que agora tinham com Deus e olhassem para Ele como seu Pai para
as várias necessidades que teriam no caminho da fé (Jo 16:23). A comunhão com
Deus Pai é o solo fértil no qual as almas crescem em graça.
É também essencial que o senhorio
de Cristo seja reconhecido na vida de um crente para que haja progresso
espiritual. Ter Jesus como nosso Salvador
e tê-Lo como nosso Senhor não é o
mesmo. O primeiro é crer n’Ele e no que Ele consumou na cruz para tirar nossos
pecados. Somos assim salvos da pena de nossos pecados e nos tornamos aptos para
o céu. O último tem a ver com o reconhecimento de Sua autoridade em nossas
vidas praticamente. A lógica envolvida no senhorio de Cristo é que desde que
Ele pagou um grande preço para nos redimir, nós realmente não somos mais de nós
mesmos (1 Co 6:19-20). Nós agora pertencemos a Ele, e nossas vidas devem ser
usadas para o Seu propósito. Sendo nosso Senhor, Ele tem o direito de dirigir
nossas vidas em todas as coisas. O senhorio está intimamente associado ao
discipulado. É uma rendição que o crente faz por sua própria vontade – e ele
deveria estar feliz em fazê-lo.
Muitos conhecem Jesus como
seu Salvador, mas relativamente poucos o têm como seu Senhor. Podemos dizer que
Ele é o nosso Senhor – e Ele certamente O é por título e por direito – mas
nossas vidas tornarão evidente se Ele é nosso Senhor praticamente. Ele disse: “por que Me chamais Senhor, Senhor, e não
fazeis o que Eu digo?” (Lc 6:46) No Cristianismo normal, essa entrega de
nossas vidas ao Seu Senhorio deveria ocorrer no momento em que fomos salvos. As
Escrituras apresentam a salvação e o senhorio como sendo coisas que devem
acompanhar a nossa recepção d’Ele em fé (At 16:31; Rm 10:9). Esse foi o caso de
Saulo de Tarso – a conversão modelo (At 9:6; 1 Tm 1:16).
Este exercício sobre o
senhorio é importante porque se um crente restringir o direito do Senhor de
dirigir sua própria vida depois de ser salvo – isto é, indo aonde ele quer ir e
fazendo o que ele quer fazer – será um obstáculo ao seu crescimento e progresso
nas coisas de Deus. É significativo, portanto, que Paulo enfatize o senhorio de
Cristo nesta epístola. Ele usa o título “Senhor”
cerca de 25 vezes na primeira epístola e outras 22 vezes na segunda. De fato, o
Seu título completo – “o Senhor Jesus Cristo”
– é usado com mais frequência nas epístolas aos tessalonissenses do que em
qualquer outro livro do Novo Testamento. Isso nos ensina que o obreiro Cristão
deve enfatizar isso ao trabalhar com almas recém-salvas, porque é essencial
para a vida Cristã.
V. 2 – Tendo saudado os
tessalonicenses, Paulo diz a eles que ele e aqueles que trabalharam com ele
estavam dando “graças” a Deus
continuamente pelos santos tessalonicenses, e que eles estavam fazendo menção a
eles em suas “orações”.