Santidade para com Deus


Santidade para com Deus

Vs. 2-8 – Paulo começa lembrando-os dos “preceitos” (ATB) morais que ele lhes dera quando estava com eles, porque era “a vontade de Deus” que eles caminhassem na “santificação” prática (vs. 2-3). Santificação significa “tornar consagrado por ser separado”. Em conexão com os Cristãos, ela é usada de três maneiras:

1) Santificação Absoluta ou Posicional – Esta é uma obra de Deus feita no crente por meio de novo nascimento (1 Co 6:11; 2 Ts 2:13; 1 Pe 1:2) e para o crente por meio de ser justificado pela fé em Cristo (At 20:32, 26:18; Rm 1:1; 1 Co 1:2, 30; Hb 10:10, 14, 13:12; Ap 22:11) pelo qual ele é separado da massa da humanidade para bênção eterna. Esta é uma coisa feita de uma vez por todas e é verdadeira para todo crente, independentemente do estado em que sua vida prática possa estar.
2) Santificação Progressiva ou Prática – Isto tem a ver com o crente aperfeiçoando a santidade em sua vida praticamente (Jo 17:17; Rm 6:19 (“santidade”); 2 Co 7:1 (“santidade”); 1. Ts 4:4-7 (“santidade”), 5:23, Ef 5:26-27 e Hb 12:14 (“santidade”) Este aspecto da santificação deve ser um exercício contínuo e diário na vida do crente. Envolve julgar a si mesmo, e separar em pensamento e ação, de tudo o que é inconsistente com a santidade de Deus. É o aspecto que Paulo está se referindo aqui em 1 Tessalonicenses 4.
3) Santificação Relativa ou Provisória – Isto tem a ver com uma pessoa estar em um lugar limpo na Terra por meio de sua associação com o que é limpo, sem necessariamente ter uma obra interior de fé em sua alma.
No caso de um casamento em que um dos parceiros é salvo e o outro não, o incrédulo é “santificado” nesse sentido relativo por sua associação com o parceiro crente que é santificado (1 Co 7:14). Isso não significa que o incrédulo seja assim salvo, mas que ele esteja em um lugar de santo privilégio.
No caso daqueles associados com Abraão, Romanos 11:16 afirma que eles estão em um lugar de santidade relativa (santificação). O ponto que o apóstolo Paulo está trazendo nesta passagem é que se a “raiz” da nação de Israel (Abraão) foi colocada em um lugar santo de privilégio em relação a Deus, então os “ramos” (descendentes de Abraão) estão naquele lugar “santo” também (Dt 7:6, 14:2; 1 Rs 8:53; Am 3:3).
O apóstolo também se refere a uma pessoa que se purifica da confusão que entrou na casa de Deus (Cristandade), “em separando-se” (JND) dela, e sendo assim “santificado” nesse sentido relativo (2 Tm 2:19).
Esse aspecto da santificação também é visto em Hebreus 10:29. Os judeus que professavam fé em Cristo naquele dia tinham, assim, tomado terreno Cristão e, portanto, tinham sido “santificados” em um sentido relativo pelo sangue de Cristo. Mas alguns deles nem sequer nasceram de Deus.
Vs. 3b-8 – A principal coisa que Paulo tinha em mente aqui em conexão com a santificação prática era o pecado da “fornicação”. Este termo abrange um amplo espectro de comportamento imoral, dos quais todos devem ser abster-se na vida Cristã. Em 1 Coríntios 5 está em conexão com o incesto; neste capítulo tem a ver com o adultério, e na epístola de Judas está em conexão com a homossexualidade. Paulo insiste que cada um entre eles deve “possuir [manter ou preservar] o seu vaso em santificação e honra”. O “vaso” ao qual ele está se referindo é nosso corpo físico. Como o casamento envolve a união física de “os dois” se tornando “uma só carne”, algumas traduções sugerem que “vaso” pode ser traduzido como “esposa”. De fato, a palavra “vaso” é usada para esposa em 1 Pedro 3:7.
O casamento no Cristianismo deve ser realizado em “honra” (Heb. 13:4), algo que não foi feito no paganismo. Uma vez que estes Tessalonicenses tinham sido salvo desse estilo de vida pagão, eles precisavam entender que a intenção de Deus no casamento Cristão não é ao longo das linhas da “paixão de concupiscência [desejos impetuosos – JND]. Assim, lhes é dito “que ninguém transgrida e defraude nisto a seu irmão” (ATB) – ou seja, não era para eles serem achados em adultério.
Paulo passa a mencionar três grandes razões pelas quais devemos nos abster do mal moral: 
  • O julgamento governamental do Senhor será sobre todos os que nisto participarem (v. 6). Ele é “o Vingador de todas estas coisas” (Pv 6:29).
  • Deus tem uma reivindicação sobre nós por meio da redenção para sermos santos. Ele “não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação”. A pessoa que “desconsidera seu irmão” (JND) ao se aventura em adultério “desconsidera, não o homem, mas Deus” (vs. 7-8a).
  • O corpo do crente é “o templo do Espírito Santo” e, portanto, deve ser dedicado ao serviço do Senhor e não às práticas imorais (1 Co 6:19). Deus nos “deu o Seu Espírito Santo” e este divino Convidado dentro de nós será entristecido por tal atividade (Ef 4:30). Perderemos os benefícios práticos de Sua presença – como nos dar o presente gozo de nossas bênçãos em Cristo e discernimento prático (v. 8b).