O Dia do Senhor
Capítulo 5:1-3 – Ao fechar o
parêntese, Paulo retorna às suas observações sobre a Revelação ou a Aparição de
Cristo da qual ele havia falado no capítulo 4:14.
Ele menciona “os tempos e as estações” que têm a ver
com os tratos de Deus com a Terra, e assim, isso nos leva à esfera dos eventos
proféticos que ocorrem depois que a
Igreja foi chamada para o céu. Paulo agora vai falar do julgamento que cairá
sobre os incrédulos que serão deixados para trás após o Arrebatamento. Isso é
indicado por uma mudança marcante em seu uso de pronomes – de “nós” (Cristãos) no capítulo 4:15-18
para “eles” e “lhes” (incrédulos) no capítulo 5:1-3. É claro a partir disso que
ele está agora se referindo a um grupo diferente de pessoas.
Paulo diz que “não há necessidade” (ARA) de ele
escrever aos tessalonicenses com grande detalhe sobre aquele tempo vindouro,
porque ele os havia instruído sobre isso quando estava com eles (2 Ts 2:15). Timóteo
também pode ter tocado nessas coisas quando os visitou (1 Ts 3:1-2). Consequentemente,
eles sabiam “perfeitamente” que “o dia do Senhor” viria como “ladrão de noite” sobre o mundo
incrédulo.
“O dia do Senhor” é um termo usado tanto no Novo quanto no Velho Testamento para
indicar o tempo em que o Senhor intervirá sobre o mundo em julgamento, após o que Sua autoridade
será estabelecida publicamente na Terra (1 Ts 5:2, 4; 2 Ts 2:2-3 – ATB; Lc
21:34). (“O dia do Senhor” aqui não é “o dia do Senhor”, o primeiro dia da semana – Ap 1:10[1]).
Esse dia começará na Aparição de Cristo e continuará durante todo o Milênio (2 Pe
3:8-10), e assim durará 1.000 anos. Deus “tem
determinado” esse “dia” quando Cristo
“com justiça há de julgar o mundo com
justiça” (At 17:31).
“O dia do Senhor” não deve ser confundido com “o
dia de Cristo”. Esses termos referem-se ao mesmo período de tempo (o Milênio),
mas de maneiras diferentes:
- “O dia do Senhor” tem a ver com o exercício do julgamento de Cristo na Terra, pelo qual o mundo será subjugado sob a autoridade do Seu Senhorio (2 Ts 1:7-9).
- “O dia de Cristo” (1 Co 1:8, 3:13, 5:5; 2 Co 1:14; Fp 1:6, 10, 2:16, etc.) tem a ver com a demonstração celestial da glória de Cristo por meio da Igreja (2 Ts 1:10).
Paulo diz que o dia do Senhor
surpreenderá os homens do mundo desprevenidos. Cairá sobre eles quando pensarem
que têm “paz e segurança”. Essa
falsa sensação de segurança que as pessoas no Ocidente terão resultará da
presença militar da federação de dez nações na Europa ocidental (a besta) sob
sua líder político (o “chifre pequeno”
(Dn 7:8, 20-21, 24-25 – ARF). “Repentina
destruição” cairá sobre eles na Aparição de Cristo “como as dores de parto àquela que está grávida”. Os que estiverem
na Terra naquele tempo “de modo nenhum
escaparão” do julgamento (2 Ts 1:7-9).
Aqueles no período da
Tribulação vindoura, que são instruídos na Palavra de Deus, podem entender que
o dia do Senhor será assinalado por quatro
coisas, e assim saberão que aquele dia está próximo “já perto”. São elas:
- A “apostasia” da Cristandade para adorar a besta e sua imagem (2 Ts 2:3).
- A revelação do “homem do pecado” (o anticristo) (2 Ts 2:3).
- A remoção da restrição à ilegalidade (2 Ts 2:6-7).
- O ataque do rei do norte (o assírio) contra os judeus que serão reunidos em sua terra natal no final da Grande Tribulação (Jl 1:15, 2:1-11).
[1] N. do T.: Em Apocalipse 1:10 a palavra grega é
kuriakos, que aparece 2 vezes apenas
na Escritura, e significa “pertencente ao Senhor”. Em latim é dominica, significando “dominical”. Assim,
o “dia do Senhor” aqui refere-se ao “dia dominical” – o domingo. A outra
utilização dessa palavra em 1 Coríntios 11:20, referindo-se a “ceia dominical”.