segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A Execução do Julgamento


A Execução do Julgamento

V. 7 – Paulo diz: “E a vós, que sois atribulados, descanso [repouso – JND] conosco” Deviam esperar até “a revelação do Senhor Jesus” (JND) (a Aparição) quando Ele intervirá para colocar este mundo em ordem. Naquele tempo, Deus “com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou” (At 17:31). Enquanto isso, os Cristãos não foram chamados a consertar os erros e injustiças do mundo envolvendo-se em seus assuntos. Estamos apenas passando pelo mundo “como peregrinos e forasteiros” em nosso caminho para o céu (1 Pe 2:11), e, portanto, devemos “deixar o caco se esforçar com os cacos da Terra” (Is 45:9 – JND). Nossa responsabilidade neste mundo é testemunhar por Cristo pela pregação do evangelho com a visão de que alguns pela graça de Deus podem ser salvos. O mundo será concertado “quando os teus juízos” estiverem “na Terra”, que começarão na Aparição de Cristo (Is 26:9); não será concertado pela influência de Cristãos piedosos e sua pregação do evangelho.
Paulo então elabora o julgamento que será executado na Aparição de Cristo. O Senhor sairá do céu “com os anjos do Seu poder” e com “labaredas de fogo” para Se vingar dos pecadores deste mundo. Ele traz Seus anjos com Ele para duas obras distintas: uma é executar o julgamento sobre os pecadores no reino dos céus, lançando-os diretamente no inferno (o lago de fogo) sem ver a morte (Mt 13:38-42, 24:37-41), e a outra é para a bênção das dez tribos de Israel, reunindo-os de volta à sua terra natal (Mt 24:31).
Paulo fala de duas classes gerais de incrédulos que serão julgados:
  • Aqueles “que não conhecem a Deus” – Estes são gentios que viveram na ignorância de Deus, o Salvador, nunca tendo ouvido o evangelho da Sua graça (1 Ts 4:5), mas que rejeitaram a luz que Ele lhes deu d’Ele mesmo por meio da criação (Sl 19:1-6; Rm 1:20).
  • Aqueles “que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” – Estas são pessoas iluminadas que ouviram o evangelho e conhecem o caminho da salvação, mas o rejeitaram (1 Pe 4:17; 2 Pe 2:20-21 ). 

Esses pecadores serão punidos com “eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder” por meio dos juízos que começam na Aparição de Cristo. Paulo não entra em detalhes aqui sobre como e quando essas duas classes de pecadores serão tratados, o que um cuidadoso estudo da profecia revelará. Basta dizer que a Aparição de Cristo inicia “o julgamento do vivos” (At 10:42; 2 Tm 4:1; 1 Pe 4:5). Este é um termo abrangente que inclui três julgamentos distintos de pessoas vivas:
q O Juízo da Ceifa (Mt 13:37-43; Ap 14:14-16; Is 24:1-23).
q O Juízo do Lagar (vindima) (Ap 14:17-20; Is 63:1-6; Jl 3:9-17).
q O Julgamento em Sessão (Mt 25:31-46).

Alguns pensam que “a destruição eterna” (2 Ts 1:9; Fp 3:19; Mt 7:13; 2 Pe 2:1, 12, 3:16, etc.) significa que os incrédulos serão consumidos pelo fogo. do julgamento de Deus e deixarão de existir. Essa falsa doutrina é chamada de Aniquilacionismo[1]. A Palavra de Deus indica que a destruição eterna não tem a ver com a perda do ser de alguém, mas com a perda do seu bem-estar eterno sob o julgamento de Deus.
Há duas passagens em Jó que indicam que os incrédulos ainda existem depois de morrerem. Esses versos dizem que “sua alma nele lamenta” (Jó 14:22) e “dá gritos” (Jó 30:24 – ATB) mesmo depois de terem sido destruídos na morte.
Ap 19:20 nos diz que a besta e o falso profeta foram lançados vivos no lago de fogo. Então, no capítulo 20, nos é dito que depois do diabo liderar uma breve rebelião contra o Senhor no final do Milênio, ele será tomado e lançado no lago de fogo; e então diz: “onde estão a besta e o falso profeta” (Ap 20:10). A besta e o falso profeta ainda estão sofrendo no lago de fogo após o reinado de mil anos de Cristo! Eles não deixaram de existir.
Ap 14:10-11 diz que os adoradores da besta serão “atormentados com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite”. E novamente, Ap 20:10 diz que os que estão em uma eternidade perdida “de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”. O tormento é uma condição que exige que uma pessoa viva para suportá-lo. Você não pode atormentar o que não existe.
Em Mc 9:48, o Senhor disse: “O seu bicho não morre”. Isso também indica que os tormentos de uma consciência culpada não morrerão nos perdidos sob o castigo eterno.
Além disso, várias passagens da Bíblia nos dizem que o fogo do julgamento de Deus “nunca se apaga” (Mt 3:12; Mc 9:43, 45; Lc 3:17). Que necessidade haveria para que continuasse para sempre se aqueles que são lançados nele fossem imediatamente aniquilados por ela? Alguns nos dizem que a morte em si é o julgamento. Mas as Escrituras dizem: “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso (da morte) o juízo” (Hb 9:27).
Mesmo na linguagem comum, “destruição” não significa a cessação da existência. Por exemplo, se pegássemos um machado e cortássemos uma bela mesa de madeira em pedaços, poderíamos ser acusados de destruir a mesa. No entanto, haveria tanto material em uma pilha inútil no chão quanto existia naquela linda mesa. Destruída simplesmente significa que a mesa não pode mais ser usada para o propósito para o qual foi feita – mas o material do qual foi construída ainda existe. É o mesmo com a destruição dos seres humanos. O homem foi feito para a glória de Deus (Is 43:21; Ap 4:11); se ele for para a destruição eterna, ele não poderá mais ser ajustado por meio da salvação para o propósito para o qual ele foi criado.


[1] N. do T.: Aniquilacionismo é uma doutrina não bíblica que diz que os incrédulos serão aniquilados após a morte de seus corpos físicos, e que não irão viver uma eternidade de sofrimento no lago de fogo, mas serão “extinguidos” após a morte.

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