A Execução do Julgamento
V. 7 – Paulo diz: “E a vós, que sois atribulados, descanso [repouso – JND] conosco” Deviam esperar até “a
revelação do Senhor Jesus” (JND) (a Aparição) quando Ele intervirá para colocar
este mundo em ordem. Naquele tempo, Deus “com
justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou” (At 17:31).
Enquanto isso, os Cristãos não foram chamados a consertar os erros e injustiças
do mundo envolvendo-se em seus assuntos. Estamos apenas passando pelo mundo “como peregrinos e forasteiros” em
nosso caminho para o céu (1 Pe 2:11), e, portanto, devemos “deixar o caco se esforçar com os cacos da Terra” (Is 45:9 – JND).
Nossa responsabilidade neste mundo é testemunhar por Cristo pela pregação do evangelho
com a visão de que alguns pela graça de Deus podem ser salvos. O mundo será
concertado “quando os teus juízos”
estiverem “na Terra”, que começarão
na Aparição de Cristo (Is 26:9); não será concertado pela influência de
Cristãos piedosos e sua pregação do evangelho.
Paulo então elabora o
julgamento que será executado na Aparição de Cristo. O Senhor sairá do céu “com os anjos do Seu poder” e com “labaredas de fogo” para Se vingar dos
pecadores deste mundo. Ele traz Seus anjos com Ele para duas obras distintas: uma é executar o julgamento sobre os
pecadores no reino dos céus, lançando-os diretamente no inferno (o lago de
fogo) sem ver a morte (Mt 13:38-42, 24:37-41), e a outra é para a bênção das
dez tribos de Israel, reunindo-os de volta à sua terra natal (Mt 24:31).
Paulo fala de duas classes gerais de incrédulos que
serão julgados:
- Aqueles “que não conhecem a Deus” – Estes são gentios que viveram na ignorância de Deus, o Salvador, nunca tendo ouvido o evangelho da Sua graça (1 Ts 4:5), mas que rejeitaram a luz que Ele lhes deu d’Ele mesmo por meio da criação (Sl 19:1-6; Rm 1:20).
- Aqueles “que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” – Estas são pessoas iluminadas que ouviram o evangelho e conhecem o caminho da salvação, mas o rejeitaram (1 Pe 4:17; 2 Pe 2:20-21 ).
Esses pecadores serão punidos
com “eterna perdição, ante a face do
Senhor e a glória do seu poder” por meio dos juízos que começam na Aparição
de Cristo. Paulo não entra em detalhes aqui sobre como e quando essas duas
classes de pecadores serão tratados, o que um cuidadoso estudo da profecia
revelará. Basta dizer que a Aparição de Cristo inicia “o julgamento do vivos” (At 10:42; 2 Tm 4:1; 1 Pe 4:5). Este é um
termo abrangente que inclui três
julgamentos distintos de pessoas vivas:
- Juízo da Ceifa (Mt 13:37-43; Ap 14:14-16; Is 24:1-23).
- Juízo do Lagar (vindima) (Ap 14:17-20; Is 63:1-6; Jl 3:9-17).
- Julgamento em Sessão (Mt 25:31-46).
Alguns pensam que “a
destruição eterna” (2 Ts 1:9; Fp 3:19; Mt 7:13; 2 Pe 2:1, 12, 3:16, etc.)
significa que os incrédulos serão consumidos pelo fogo. do julgamento de Deus e
deixarão de existir. Essa falsa doutrina é chamada de Aniquilacionismo[1].
A Palavra de Deus indica que a destruição eterna não tem a ver com a perda do ser de alguém, mas com a perda do seu bem-estar
eterno sob o julgamento de Deus.
Há duas passagens em Jó que indicam
que os incrédulos ainda existem depois de morrerem. Esses versos dizem que “sua alma nele lamenta” (Jó 14:22) e “dá gritos” (Jó 30:24 – ATB) mesmo depois de terem sido destruídos na
morte.
Ap 19:20 nos diz que a besta
e o falso profeta foram lançados vivos no lago de fogo. Então, no capítulo 20,
nos é dito que depois do diabo liderar uma breve rebelião contra o Senhor no
final do Milênio, ele será tomado e lançado no lago de fogo; e então diz: “onde estão a besta e o falso profeta”
(Ap 20:10). A besta e o falso profeta ainda estão sofrendo no lago de fogo após
o reinado de mil anos de Cristo! Eles não deixaram de existir.
Ap 14:10-11 diz que os
adoradores da besta serão “atormentados
com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do
seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de
noite”. E novamente, Ap 20:10 diz que os que estão em uma eternidade
perdida “de dia e de noite serão
atormentados para todo o sempre”. O tormento é uma condição que exige que
uma pessoa viva para suportá-lo. Você não pode atormentar o que não existe.
Em Mc 9:48, o Senhor disse: “O seu bicho não morre”. Isso também
indica que os tormentos de uma consciência culpada não morrerão nos perdidos
sob o castigo eterno.
Além disso, várias passagens
da Bíblia nos dizem que o fogo do julgamento de Deus “nunca se apaga” (Mt 3:12; Mc 9:43, 45; Lc 3:17). Que necessidade
haveria para que continuasse para sempre se aqueles que são lançados nele
fossem imediatamente aniquilados por ela? Alguns nos dizem que a morte em si é
o julgamento. Mas as Escrituras dizem: “aos
homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso (da morte) o juízo” (Hb 9:27).
Mesmo na linguagem comum, “destruição” não significa a cessação
da existência. Por exemplo, se pegássemos um machado e cortássemos uma bela
mesa de madeira em pedaços, poderíamos ser acusados de destruir a mesa. No
entanto, haveria tanto material em uma pilha inútil no chão quanto existia naquela
linda mesa. Destruída simplesmente significa que a mesa não pode mais ser usada
para o propósito para o qual foi feita – mas o material do qual foi construída
ainda existe. É o mesmo com a destruição dos seres humanos. O homem foi feito
para a glória de Deus (Is 43:21; Ap 4:11); se ele for para a destruição eterna,
ele não poderá mais ser ajustado por meio da salvação para o propósito para o
qual ele foi criado.
[1] N. do
T.: Aniquilacionismo é uma doutrina não bíblica que diz que os incrédulos serão
aniquilados após a morte de seus corpos físicos, e que não irão viver uma
eternidade de sofrimento no lago de fogo, mas serão “extinguidos” após a morte.